Bloomberg — O minério de ferro saltou para a cotação mais alta desde agosto, com otimismo renovado de que as medidas do governo chinês para apoiar o setor imobiliário devem impulsionar a demanda.
Os contratos futuros em Cingapura avançaram até 3,2% nesta quinta (8), para US$ 109,50 a tonelada, e já sobem quase 10% em dezembro após uma alta mensal recorde de 27% em novembro.
A China anunciou uma série de iniciativas para fortalecer o setor imobiliário, o que pode se traduzir em aumento de demanda para a Vale (vale3), e começou a aliviar suas política de covid Zero.
As ações da mineradora brasileira acumulam valorização de cerca de 35% desde o ponto mais baixo do ano no começo de setembro, quando se aproximou de R$ 60. Fechou nesta quarta a R$ 84,84. No ano, a alta se aproxima de 10%.
Cerca de 15 incorporadoras imobiliárias, incluindo a China Vanke, já anunciaram planos de captação desde 28 de novembro, quando o governo encerrou uma proibição. Treze delas devem levantar um total de 90 bilhões de yuans (US$ 13 bilhões), segundo o Financial News. O dinheiro deve aliviar a crise de liquidez do setor e permitir que construtoras terminem projetos residenciais inacabados.
“A série de medidas de apoio anunciadas recentemente - como um programa de reempréstimo do banco central e endosso oficial de extensões de empréstimos - deve reforçar as finanças das incorporadoras nos próximos meses”, disse Rosealea Yao, analista da Gavekal Dragonomics, em nota.
A construção de imóveis novos pode se recuperar cerca de 10% no próximo ano, mas o potencial de alta permanece limitado e as vendas de casas provavelmente se estabilizarão em um nível mais baixo nos próximos anos, disse ela.
Os dados da balança comercial de novembro divulgados na quarta-feira (7) mostraram que a importação de minério de ferro subiu em relação ao mês anterior, o que sugere produção de aço mais forte. Por outro lado, as exportações de aço aumentaram, um sinal de que a produção pode estar superando a demanda doméstica.
Enquanto isso, a Vale abandonou planos para elevar a produção de minério de ferro de volta aos níveis de antes do colapso da barragem de Brumadinho em 2019, reduzindo as perspectivas de oferta global.
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