Biden e Xi defendem alívio de tensões entre as maiores economias do mundo

Os dois líderes se encontraram pouco depois das 17h30 na hora local, à margem da cúpula do G20 em Bali, na Indonésia

"O mundo espera, acredito, que a China e os EUA desempenhem papéis importantes na abordagem dos desafios globais", disse Biden
Por Joshua Wingrove e Justin Sink
14 de Novembro, 2022 | 11:50 AM

Bloomberg — Joe Biden e Xi Jinping apertaram as mãos nesta segunda-feira (14) para iniciar a primeira reunião presencial entre os presidentes dos Estados Unidos e da China desde o início da pandemia. Ambos defenderam reduzir as tensões entre as maiores economias do mundo.

Os dois líderes se encontraram pouco depois das 17h30 na hora local, à margem da cúpula do G20 em Bali, na Indonésia.

“Bom te ver”, disse Biden a Xi, antes de se juntarem às autoridades americanas e chinesas. Os dois lados estavam sentados em longas mesas de conferência com flores dispostas entre eles.

“Compartilhamos a responsabilidade, na minha opinião, de mostrar que a China e os EUA podem administrar nossas diferenças, impedir que a concorrência se torne algo próximo a um conflito e encontrar maneiras de trabalhar juntos em questões globais urgentes que exigem nossa cooperação mútua”, afirmou Biden no início da reunião.

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“O mundo espera, acredito, que a China e os EUA desempenhem papéis importantes na abordagem dos desafios globais, desde a mudança climática até a insegurança alimentar, e que possamos trabalhar juntos”, acrescentou Biden. “Os EUA estão prontos para fazer exatamente isso, trabalhar com você – se é isso que você deseja.”

Xi disse a Biden: “Bom te ver”.

“Atualmente, o relacionamento China-EUA está em uma situação que preocupa muito a todos, porque esse não é o interesse fundamental de nossos dois países e povos e não é o que a comunidade internacional espera de nós”, disse Xi por meio de um tradutor. Xi afirmou que os dois lados “precisam encontrar a direção certa” e “elevar o relacionamento”.

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“Um estadista deve pensar e saber para onde liderar seu país. Também deve pensar e saber como se dar bem com outros países e com o mundo em geral”, disse Xi a Biden. “A humanidade é confrontada com desafios sem precedentes. O mundo espera que a China e os Estados Unidos abordem adequadamente o relacionamento.”

Prelúdio do Camboja

Antes de se encontrar com Xi, Biden conversou com os líderes do Japão, Coreia do Sul e Austrália no domingo, reunião descrita por funcionários da Casa Branca como prelúdio para o tão esperado encontro com o líder chinês. O presidente americano explicou sua abordagem e perguntou aos aliados dos EUA quais eram suas preocupações.

Em outra cúpula no Camboja com a Associação de Nações do Sudeste Asiático, que conta com 10 membros, Biden reforçou laços em uma região onde a China é de longe o principal parceiro comercial.

Embora autoridades dos EUA tenham se recusado a detalhar quaisquer resultados específicos esperados na reunião com Xi, disseram que Biden buscaria proteções para uma relação que se deteriorou desde que assumiu o cargo – aproximando os dois países perigosamente de um conflito econômico ou mesmo militar.

Taiwan se tornou o maior ponto de conflito entre os países. A China suspendeu muitos contatos de rotina com os EUA no início deste ano, depois que a presidente da Câmara dos Deputados, Nancy Pelosi, fez uma visita à ilha autônoma. Biden prometeu repetidamente que os EUA defenderiam Taiwan no caso de um ataque chinês.

‘Linhas vermelhas’

“Temos poucos mal-entendidos”, disse Biden a repórteres no domingo no Camboja. “Só temos que descobrir onde estão as linhas vermelhas” e “quais são as coisas mais importantes para cada um de nós nos próximos dois anos.”

Autoridades do governo Biden disseram nesta segunda-feira que o planejamento da reunião com os chineses, um processo que levou cerca de um mês, já conseguiu quebrar um pouco o gelo da relação.

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