JPMorgan prevê para o mercado cripto uma “cascata” de chamadas de margem

Mercados de criptomoedas enfrentam semanas de desalavancagem com a crise do FTX; para os estrategistas do JPMorgan Chase., turbulência poderia empurrar o bitcoin para US$ 13.000

Uma “cascata de chamadas de margem” provavelmente esteja em andamento, acreditam os estrategistas do JPMorgan Chase (Foto: Benjamin Girette/Bloomberg)
Por Joana Ossinger
10 de Novembro, 2022 | 05:59 AM

Bloomberg — Os mercados de criptomoedas enfrentam semanas de desalavancagem devido às consequências da crise na exchange de ativos digitais FTX. com, um período de turbulência que pode levar o bitcoin a US$ 13.000, avaliam estrategistas do JPMorgan Chase & Co..

Esta manhã, por volta das 3h42 de Nova York, o bitcoin era cotado em torno dos US$ 16.700, com 6% de alta, interrompendo uma sequência de quatro dias de queda - incluindo uma perda de quase 16% ontem.

Uma “cascata de chamadas de margem” provavelmente esteja em andamento, dada a interação entre a exchange, sua trading irmã Alameda Research e o resto do ecossistema de criptomoedas, segundo relatório produzido por estrategistas liderados Nikolaos Panigirtzoglou.

“O que torna mais problemática essa nova fase de desalavancagem de criptomoedas induzida pelo aparente colapso da Alameda Research e da FTX é que, no universo cripto, está encolhendo o número de entidades com balanços mais fortes capazes de resgatar aquelas com baixo capital e alta alavancagem”.

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Investidores de ativos digitais ainda estão tentando assimilar o veloz desmoronamento da FTX e as preocupações em torno da Alameda Research, ambas fundadas por Sam Bankman-Fried, de 30 anos. Há temores de que a potencial falência da FTX possa levar a um contágio que derrube outras empresas de criptomoedas.

Os estrategistas do JPMorgan Chase apontam o custo de produção do bitcoin como uma forma de calibrar o quanto ele pode cair. A eletricidade para operar os poderosos computadores que executam a rede bitcoin constitui a principal despesa. “No momento, esse custo de produção é de US$ 15.000, mas é provável que reveja a baixa de US$ 13.000 vista nos meses de verão”, disseram eles.

O nível de US$ 13.000 é aquele que outros especialistas também olham como um possível piso. David Adams, gerente de portfólio do King River Digital Assets Fund, disse que esse é o preço que ele está pedindo, juntamente com uma queda adicional nos tokens alternativos - é nesse nível que ele diz “começar a ver valor”.

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Hayden Hughes, executivo-chefe da plataforma de negociação social Alpha Impact, aponta US$ 13.800 como um potencial suporte. Enquanto isso, o histórico de rotas anteriores sugere que o bitcoin precisaria cair abaixo de US$ 13.000 para começar a corresponder à magnitude desses rebaixamentos, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.

A queda atual está longe de ser a piordfd
Colapso repentino

O setor ficou boquiaberto com o declínio repentino do império cripto de Sam Bankman-Fried, da FTX. Em apenas um dia, fortuna do fundador da FTX despencou de mais de US$ 15 bilhões para menos de US$ 1 bilhão. Ele teria dito a investidores que, sem uma injeção de capital, a empresa precisaria declarar falência, segundo a Bloomberg.

A Binance voltou atrás em sua proposta de compra da FTX - esta exchange teria uma lacuna entre passivos e ativos na casa dos bilhões, possivelmente mais de US$ 6 bilhões, conforme fontes da Bloomberg News.

O episódio é o mais recente imbróglio a acontecer com as moedas virtuais, exacerbando as acentuadas perdas este ano, causadas por um enfraquecimento do ardor especulativo dada a onda de aumentos dos juros.

O último grande abalo havia ocorrido em maio, quando a stablecoin TerraUSD e seu token irmão Luna implodiram. A equipe do JPMorgan disse que o impacto no valor geral do mercado de criptomoedas desta vez provavelmente será menor, já que o episódio do TerraUSD já provocou uma retração na tomada de riscos.

(Tradução Michelly Teixeira)

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