Bloomberg Línea — Todos os olhares se voltam para o dados de inflação dos Estados Unidos, que vieram acima do esperado, colocando ainda mais pressão sobre o banco central americano, o Federal Reserve, para um novo aumento agressivo das taxas de juros na reunião de política monetária nos primeiros dias de novembro. Com o resultado, os futuros americanos viraram e passaram a cair, assim como as bolsas europeias, que apagaram os ganhos anteriores.
Veja as outras notícias que devem impactar os mercados nesta quinta-feira (13):
1. Inflação persistente
Os Estados Unidos registraram uma alta de 0,4% no Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) em setembro, de acordo com o Bureau of Labor Statistics nesta manhã. Na comparação anual, a taxa teve alta de 8,2% - o mesmo indicador estava em 8,3% em agosto.
Economistas de mercado esperavam uma alta de 8,1% na taxa anual em setembro, segundo compilação de projeções da Bloomberg News. Excluindo os preços voláteis de alimentos e energia, o núcleo do CPI acelerou 0,6% no mês, de volta ao nível mais alto desde 1982, enquanto o núcleo da inflação subiu 6,6% em relação ao ano anterior.
2. Ainda nos EUA
Ontem o Federal Reserve, o BC dos Estados Unidos divulgou a ata de sua última reunião de política monetária, referente ao encontro realizado nos dias 20 e 21 de setembro. A minuta do Comitê de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) mostrou que houve consenso entre os membros do Fed sobre a manutenção de juros mais restritivos, o que deve ser mantido para cumprir com a meta de reduzir a inflação.
Na avaliação dos formuladores de políticas do Fed, “o custo de tomar poucas medidas para reduzir a inflação provavelmente superou o custo de tomar muitas medidas”. Já sobre a atividade econômica, o Fomc vê crescimento abaixo do esperado nos próximos anos.
3. Mercados
Os futuros americanos apagaram os ganhos e passaram a cair logo após a divulgação dos dados de inflação dos Estados Unidos, sinalizando que o Federal Reserve provavelmente dará continuidade aos aumentos agressivos nas taxas de juros. O Dow Jones futuro caía 1,66% perto das 9h45, o S&P tinha queda de 2,03% e o Nasdaq, de 2,83%. O Dollar Index, que mede a força da moeda americana em relação a uma cesta de outras moedas, avançava 0,26%.
Na Europa as bolsas seguiam o mesmo movimento dos índices futuros americanos, com o FTSE de Londres caindo 1,25% no mesmo horário, enquanto o Stoxx600 recuava 0,95%.
4. Manchetes do dia
- Estadão: ‘Novo pré-sal’ vai turbinar plano de investimentos da Petrobras para exploração de petróleo
- Folha de S. Paulo: Centro perde espaço para direita nas Assembleias Legislativas
- O Globo: Malu Gaspar: Bolsonaro impede divulgação de relatório sobre urnas após militares não encontrarem fraudes
- Valor: Economia brasileira tem o maior aperto monetário em 20 anos
5. Agenda
Com uma agenda de indicadores esvaziada aqui no Brasil, os destaques do dia vêm dos Estados Unidos, com as divulgações do índice de preços ao consumidor de setembro (CPI, na sigla em inglês) e os dados de pedidos de seguro-desemprego semanal. Na Europa, Portugal e Alemanha também divulgam seus índices de preços ao consumidor para o mês de setembro.
Na agenda americana de balanços estão TSMC, BlackRock, Pimco, Walgreens Boots Alliance, Domino’s Pizza, Carrefour, Delta e Infosys, que divulgam ainda seus resultados.
E também...
Os preços do petróleo caíam nesta manhã mas firmaram alta diante de uma oferta mais apertada da commodity. Na quarta-feira, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) reduziu sua perspectiva de crescimento da demanda para 2022, citando as medidas de contenção da covid-19 na China e a inflação persistente. Além disso o mercado de energia está sob pressão do dólar americano, que subiu amplamente, inclusive diante de moedas de baixo rendimento. Às 8h30, petróleo tipo Brent subia 0,21%, a US$ 92,66 o barril, enquanto o WTI avançava 0,17%, a US$ 87,41 o barril.
- Com informações da Bloomberg News
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