Investimentos ESG podem crescer ainda mais com avanço em padronizações

Suelma Rosa, da Unilever, Ana Buchaim, da B3, e Mariana Oiticica, do BTG Pactual, discutiram oportunidades da área em painel no Bloomberg Línea Summit

Bloomberg Línea Summit: Painel ESG
14 de Setembro, 2022 | 06:01 PM

Bloomberg Línea — Avançar em padronizações sobre práticas ESG, ou seja, ambientais, sociais e de governança, facilitará a compreensão de investidores e consumidores e permitirá que eles não só consigam comparar ativos e produtos de diferentes empresas como identificar os que realmente são aderentes. Esse foi um dos destaques do painel “ESG: Oportunidades e Investimentos Sustentáveis” do Bloomberg Línea Summit, realizado nesta quarta-feira (14), no hotel Rosewood, em São Paulo.

Participaram do painel Ana Buchaim, diretora-executiva de Pessoas, Marketing, Comunicação, Sustentabilidade e Investimento Social na B3, Suelma Rosa, Head de Reputação de América Latina da Unilever, e Mariana Oiticica, Co-Head de ESG e de Investimento de Impacto do BTG Pactual.

“Como criar atalhos para isso? Incorporando padrões já reconhecidos mundialmente. Um exemplo disso é que, no Brasil, os relatórios anuais de sustentabilidade ainda não possuem padrão. E esses relatórios precisam ser auditados”, disse a diretora-executiva da B3.

Ana mencionou ainda que, diante da demanda crescente por investimentos aderentes às práticas ESG, parâmetros, dados regulatórios e novas exigências que ajudem a comparar o desempenho relativo dos ativos em relação aos demais podem acelerar a adesão. “Quando você tem informação, consegue fazer a comparação. Quando você tem comparação, você vê a performance”, disse.

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Oiticica contou que o banco de investimento montou uma área de desenvolvimento sustentável em 2019 e que esse tipo de ativo tem se provado resiliente no longo prazo.

“Os investidores aqui ainda estão em período de educação sobre ESG. Estamos desenvolvendo produtos, e os investidores ainda estão testando esses produtos”, contou sobre o processo.

Para Suelma, da Unilever, o uso de métodos mais transparentes de cálculos será um fator decisivo para ajudar tanto o consumidor quanto o investidor na tomada de decisões de produtos. Também ajudará a combater o greenwashing, termo usado para designar uma forma de comunicação ou marketing em que a suposta prática da sustentabilidade é usada de modo enganosa para persuadir o público.

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A Head de Reputação da Unilever para a América Latina contou que o caminho para a transição verde é uma das prioridades de Alan Jope, que assumiu o cargo de CEO global da Unilever em 2019, em substituição a Paul Polman, que liderou esse movimento na gigante de bens de consumo.

De lá para cá, Suelma citou que a empresa acelerou a transição de portfólio, incorporando produtos à base de plantas (plant based, em inglês) e com baixo impacto ambiental.

“Nosso CEO tem foco em agilizar esse processo. Estamos falando de compra e venda de marcas, descontinuidade de linhas, investimento em transição energética e novas formas de manufatura. Estamos falando de uma transformação de uma empresa centenária. Empresas com propósito perduram. E ESG é sobre perdurar”, disse.

Oiticica, do BTG Pactual, lembrou justamente que grandes corporações possuem responsabilidade em comunicar e educar investidores e consumidores sobre o que é ESG. “Uma coisa chave é entender o que é responsabilidade social. É um caminho sem volta.”

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Melina Flynn

Melina Flynn é jornalista naturalizada brasileira, estudou Artes Cênicas e Comunicação Social, e passou por veículos como G1, RBS TV e TC, plataforma de inteligência de mercado, onde se especializou em política e economia, e hoje coordena a operação multimídia da Bloomberg Linea no Brasil.