Atividade econômica da Zona do Euro encolhe pelo 2º mês

Região luta para controlar alta de preços, com serviços como o de turismo, antes em recuperação na fase pós-pandemia, desacelerando por conta da inflação

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Bloomberg — A atividade econômica da Zona do Euro recuou pelo segundo mês, sinalizando que os temores de uma recessão já podem estar se concretizando à medida que a inflação recorde enfraquece a demanda e a fraqueza se infiltra em mais setores.

Embora a queda de agosto tenha sido impulsionada pela indústria, a recuperação pós-lockdowns em serviços como turismo quase parou, com consumidores tendo que enfrentar a alta dos preços de energia e alimentos, de acordo com pesquisas de negócios da S&P Global.

Os dados “apontam para uma economia em contração durante o terceiro trimestre”, disse o economista da S&P Global Andrew Harker nesta terça-feira (23) em comunicado. “A produção em declínio está sendo vista em vários setores, desde materiais básicos e empresas automotivas até empresas de turismo e imobiliárias, à medida que a fraqueza econômica se torna mais ampla.”

A Alemanha foi um ponto fraco em particular, registrando o declínio mais acentuado na produção desde junho de 2020, enquanto se apressa para reduzir a dependência do gás natural russo em meio a quedas nos embarques após a guerra na Ucrânia. Na França, entretanto, a atividade contraiu pela primeira vez em um ano e meio

A situação apresenta um dilema para o Banco Central Europeu, que tem elevado as taxas de juros para conter a inflação mais alta em décadas, mesmo quando a incerteza sobre as perspectivas é alta e o ímpeto econômico diminui.

O indicador pelo menos revelou alguns sinais de que as pressões sobre os preços estão chegando ao pico, com o crescimento dos custos de insumos e produtos diminuindo.

“Isso deve ajudar a alimentar uma inflação de preços ao consumidor mais lenta no final do ano, embora pareça que qualquer alívio na situação da inflação esteja chegando tarde demais para fornecer qualquer suporte real à demanda”, disse Harker. “O restante de 2022 parece, portanto, ser de luta para as empresas da Zona do Euro.”

Outras partes do mundo também estão vendo desacelerações. Os dados da terça mostraram que a atividade contraiu no Japão e na Austrália, embora os economistas prevejam melhorias na indústria e nos serviços nos EUA.

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