Ata do Fed e 4 assuntos do Brasil e do mundo

Confira os principais tópicos que vão marcar o sentimento dos mercados nesta quarta-feira (17)

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Bloomberg Línea — A quarta-feira (17) será de olhos atentos a mais indicadores da economia americana, dessa vez com o índice de vendas no varejo, que pode apontar para o estado do poder de compra da população em meio à alta inflação. Mais tarde, o Federal Reserve, o banco central americano, divulga a ata da última reunião de política monetária. Nos mercados, o dia é de maior aversão ao risco, com as bolsas na Europa e os futuros americanos recuando. Na cena eleitoral, a posse do ministro Alexandre de Moraes como presidente do TSE abre o debate sobre o que pode e o que não pode na campanha.

Veja as outras notícias que devem impactar os mercados nesta terça-feira (16):

1. Presidente do TSE

Na noite desta terça-feira, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes assumiu a presidência do Superior Tribunal Eleitoral (STE), com a presença dos candidatos Jair Bolsonaro (PL), Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB).

Em discurso, Moraes defendeu as urnas eletrônicas e afirmou que “liberdade de expressão não é liberdade de destruição da democracia”.

Ele também defendeu a agilidade, a segurança, a competência e a transparência do sistema eleitoral.

“Somos uma das maiores democracias do mundo em termos de voto popular, estando entre as quatro maiores democracias do mundo. Mas somos a única democracia do mundo que apura e divulga os resultados eleitorais no mesmo dia. Com agilidade, segurança, competência e transparência. Isso é motivo de orgulho nacional”.

2. Varejo em foco

Às 9h30 (horário de Brasília), os Estados Unidos divulgam os dados das vendas no varejo no país durante o mês de julho. Os mercados estão atentos a todos os indicadores da maior economia do mundo para monitorar uma possível recessão que ameaça o país em meio à alta de juros e da inflação.

À tarde, o Federal Reserve, o banco central americano, divulga a ata da última reunião, com mais pistas sobre a condução da política monetária do país.

Ontem, os resultados corporativos das gigantes varejistas Walmart e Home Depot, acima do esperado, trouxeram certo alívio sobre o poder de compra da população.

Também ontem, a produção industrial do país garantiu certo alívio, subindo mais do que previam os analistas. Porém, sopram ares de recessão notícias sobre os cancelamentos de venda de imóveis, que disparam em julho nos EUA e atingiram 16% do total de contratos.

3. Mercados

A manhã é de queda entre os futuros de índices norte-americanos e as bolsas europeias. Ao mesmo tempo, enquanto os investidores aguardam pistas sobre a sensibilidade do Fed a dados econômicos mais fracos, o dólar e os rendimentos do Tesouro sobem.

Ontem, o mercado norte-americano ganhou força após o Walmart superar as expectativas de lucro dos analistas e melhorar sua previsão para o ano. O sentimento também foi impulsionado pelo resultado acima do previsto da Home Depot no segundo trimestre, mesmo diante de sinais de desaceleração do mercado imobiliário americano.

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4. Manchetes do dia

  • Estadão: Poços de água do governo para Nordeste têm indícios de sobrepreço de R$ 131 milhões
  • Folha de S. Paulo: Veto à palavra ‘genocida’ pode truncar debate político, dizem especialistas
  • O Globo: Epicentro da crise entre TSE e militares, comissão tem futuro incerto na gestão Moraes
  • Valor: Brasil vende menos para a China, mas preço compensa

5. Agenda

A agenda do dia é marcada pela divulgação de indicadores do exterior, com foco nas vendas do varejo dos Estados Unidos, que podem dar sinais sobre o andamento da maior economia do mundo. O indicador sai às 9h30 (horário de Brasília).

Na Europa, a Zona Euro divulgou uma variação positiva para os empregos de 0,3%, enquanto o PIB da região teve alta de 3,9% na base anual - levemente abaixo do esperado. No Reino Unido, a inflação de julho medida pelo IPC chegou a 10,01% na base anual, a maior taxa em mais de 40 anos.

Por aqui, o IGP-10 teve um raro recuo de 0,7%, em linha com o esperado e indicando mais alívio para as projeções de inflação. Às 14h30, o Banco Central divulga os dados de fluxo cambial estrangeiro.

O foco de hoje, no entanto, é a divulgação da ata de Política Monetária da reunião de julho do Fed, que trará mais detalhes sobre como a autarquia está encarando a alta de preços no país.

E também...

Os preços do petróleo reduziam as perdas iniciais nesta quarta depois que a China sinalizou que tomaria medidas para impulsionar uma economia em queda, enquanto os traders aguardavam mais notícias sobre a possível retomada do acordo nuclear com o Irã.

Os futuros do West Texas Intermediate (WTI) subiam para US$ 86,91 por barril depois de recuar para uma nova baixa de sete meses, enquanto o Brent continua negociado acima de US$ 92 por barril.

--Com informações da Bloomberg News

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