BTG/FSB: vantagem de Lula sobre Bolsonaro cai de 13 para 7 pontos

Petista tinha 44% das intenções de voto no final de julho e passou a 41% na pesquisa desta segunda; Bolsonaro saiu de 31% para 34%

Ao mesmo tempo em que vem melhorando desempenho nas intenções de voto, Bolsonaro também vê queda gradativa na rejeição
08 de Agosto, 2022 | 12:22 PM

Bloomberg Línea — A diferença das intenções de voto do ex-presidente Lula (PT) para o presidente Jair Bolsonaro (PL) caiu sete pontos em duas semanas. Segundo pesquisa BTG/FSB divulgada nesta segunda-feira (8), o petista, que estava com 44% das intenções em 25 de julho, agora tem 41%. Já Bolsonaro saiu de 31% para 34%.

Ambos oscilaram acima da margem de erro da pesquisa, de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Ainda assim, enquanto Lula viu as intenções de voto nele caírem três pontos, Bolsonaro apresentou crescimento de três pontos.

Depois deles, vêm os candidatos Ciro Gomes (PDT), com 7%; Simone Tebet (MDB), com 3%; e André Janones (Avante), com 2%.

Janones anunciou na semana passada que desistiu de concorrer à presidência e vai apoiar Lula nas eleições deste ano. Na mesma semana, o Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) cassou a cassou a chapa pela qual Janones foi eleito deputado em 2018, o que pode tê-lo colocado em situação de inelegibilidade.

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No mesmo período de duas semanas, Bolsonaro viu sua rejeição cair de 58% para 53%, à medida que Lula viu sua rejeição aumentar de 42% para 45%. A rejeição a Ciro também aumentou, de 47% para 49%, o que pode significar uma migração de declaração de votos dos candidatos mais claramente à esquerda (Lula e Ciro) para Bolsonaro - embora a rejeição ao presidente ainda esteja acima dos 50%.

A porcentagem de eleitores que têm uma avaliação ruim do governo Bolsonaro também caiu, de 47% para 44% em duas semanas. Desde março deste ano, a queda foi de nove pontos.

A melhora na situação eleitoral de Bolsonaro pode ter a ver com as mudanças no cenário econômico. Embora a inflação do acumulado de 12 meses até junho deste ano ainda esteja em 11,89%, está em trajetória de queda. O IPCA, medido pelo IBGE, estava em 1,62% em março e chegou a 0,67% em junho.

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Com isso, o mercado vem reduzindo a expectativa da inflação para o ano, índice medido pelo Boletim Focus, do Banco Central. De acordo com o boletim divulgado nesta segunda, o mercado reduziu a expectativa pela sexta vez consecutiva, para 7,11%.

A pesquisa BTG/FSB também mostra isso entre os eleitores. No final de junho, 65% dos eleitores acreditavam que a inflação aumentaria em três meses. Na pesquisa divulgada nesta segunda, essa cifra foi de 44%.

Os que sentiram que os preços aumentaram nos últimos três meses eram 97% na pesquisa divulgada no final de junho e agora são 88%. A cifra ainda é alta, mas a queda foi maior que a margem de erro da pesquisa.

Um dos responsáveis pela queda na inflação é a redução do preço dos combustíveis no país. O preço médio do litro de gasolina recuou 2,5% em julho, a quinta queda consecutiva, segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP).

Houve redução no ICMS cobrado pelos estados sobre os combustíveis, por causa de uma lei aprovada pelo Congresso que limitou a alíquota do imposto a 17% ou 18%, a depender dos estados. Em alguns estados, isso significará queda de 50% na alíquota.

E os eleitores que sentem o preço dos combustíveis subir também caiu, segundo a pesquisa da FSB: eram 38% em 25 de julho e agora são 28%. Em contrapartida, aumentou a cifra de eleitores que acreditam ser o governo federal o principal responsável pela queda nos preços (de 38% para 42%).

A pesquisa ouviu duas mil pessoas por telefone entre os dias 5 e 7 de agosto. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos e o índice de confiança é de 95%. O registro da pesquisa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é BR-08028/2022.

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Pedro Canário

Repórter de Política da Bloomberg Línea no Brasil. Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero em 2009, tem ampla experiência com temas ligados a Direito e Justiça. Foi repórter, editor, correspondente em Brasília e chefe de redação do site Consultor Jurídico (ConJur) e repórter de Supremo Tribunal Federal do site O Antagonista.