Para podermos nos planejar adequadamente, e ter êxito naquilo que viermos a fazer, é importante conseguirmos identificar os padrões e tendências existentes na área que escolhermos.
E, no ramo dos negócios, mercados e consumidores, o meio desenvolvido para identificar esses padrões é a Teoria dos Jogos, que busca investigar os padrões comportamentais que existem na área econômica. Mais precisamente, trata-se de um método de matemática aplicada usado para estudar o comportamento humano, com base em decisões tomadas de forma racional.
Decisões essas que serão tomadas na forma de um ‘jogo’ interativo, onde os participantes procuram agir racionalmente ao responderem às regras do jogo ou à influência de outros jogadores.
O que isso significa, na prática, é que o modelo de jogo pode ser utilizado como uma ferramenta para examinar o potencial comportamento de agentes em interação, e os possíveis resultados de suas ações, sob determinadas circunstâncias.
O exemplo mais popular de teoria dos jogos é o dilema do prisioneiro. Nele, dois criminosos estão sendo interrogados após terem sido presos, e estão em salas separadas sem acesso um ao outro. O interrogador tenta convencer cada um a testemunhar contra o parceiro. Se um deles depuser contra o outro, ele estará livre, enquanto o parceiro ficará preso por três anos. Se nenhum falar nada, cada um ficará preso por um ano. E se os dois traírem o parceiro, ficarão presos por dois anos.
O melhor cenário para cada um deles é delatar o outro, sem ser delatado. Mas ele não sabe o que o outro está dizendo na sala ao lado. O dilema do prisioneiro tem muitas variáveis, mas é um exemplo claro sobre como a teoria dos jogos analisa o comportamento humano.
A teoria dos jogos já é extensivamente aplicada em outros campos além da área econômica, como na política, psicologia, filosofia e, por que não, nas criptomoedas.
Ela é parte essencial do desenvolvimento das criptomoedas. Ela foi uma das razões pela qual o Bitcoin foi capaz de prosperar por mais de uma década, apesar de todas as tentativas de destruição da sua rede.
Quando aplicado às criptomoedas, o modelo da teoria dos jogos tem a importante função de contribuir, junto com o uso da criptografia, para o desenvolvimento de um ecossistema seguro e confiável, através de uma análise criptoeconômica.
Nascida do uso da teoria dos jogos no contexto das criptomoedas, a criptoeconomia tem como objetivo o estudo da economia dos protocolos Blockchain, e das potenciais consequências que o design desses protocolos pode apresentar como resultado do comportamento dos seus participantes. Ou de eventuais “agentes externos” que, apesar de não fazerem parte do ecossistema, poderão buscar entrar na rede para tentar causar danos internos.
A criptoeconomia, portanto, procura examinar o comportamento dos usuários (nodes) inseridos em determinada rede – como a rede Bitcoin, por exemplo -, com base nos incentivos proporcionados pelo protocolo, e levando em consideração as mais prováveis e racionais decisões, para proteger o sistema e garantir sua segurança.
No caso da rede Bitcoin, essa proteção é garantida através do algoritmo de consenso Proof of Work (PoW) - que aplica técnicas criptográficas que tornam o processo de mineração muito caro e exigente, criando um ambiente muito competitivo.
O intuito, aqui, é incentivar que os mineradores queiram agir de forma honesta, para que não arrisquem perder os recursos investidos, já que qualquer atividade maliciosa será rapidamente punida.
Consequentemente, de acordo com a teoria dos jogos, a decisão mais provável e racional nessa situação é que os mineradores ajam com honestidade e mantenham a rede segura.
A Binance Academy tem a missão de educar sobre o potencial transformador do ecossistema blockchain e dos criptoativos. A plataforma disponibiliza centenas de artigos em 21 idiomas para todos os níveis de conhecimento, que podem esclarecer dúvidas e instruir os usuários sobre o universo de pagamentos com criptomoedas. É um conteúdo gratuito que pode ser explorado continuamente para que todos possam entender o assunto e tomar decisões mais fundamentadas.
