Bloomberg — Um bairro nos arredores de Wuhan foi bloqueado, o primeiro lockdown desde 2020 na cidade chinesa onde a pandemia estourou.
Mais de dois anos desde que a cidade foi selada para conter o que era então uma pneumonia misteriosa, quase 1 milhão de moradores do distrito de Jiangxia, em Wuhan, foram instruídos a ficar em suas casas e não sair a menos que necessário. Todos os transportes públicos foram parados e os locais de entretenimento fechados por três dias após quatro casos assintomáticos na terça-feira (27).
Embora até agora o lockdown se limite a apenas um distrito, é provável que a medida desperte preocupações sobre uma ampliação das restrições. A vida na cidade de 11 milhões de pessoas voltou ao normal desde o bloqueio inicial em 2020 - que estabeleceu um precedente de como as autoridades chinesas lidariam com o vírus em outras partes do país - com um pequeno surto em abril e um punhado de casos no mês passado.
A China mantém sua política de Covid Zero, restrições de movimento e testes em massa, apesar de ser desafiada como nunca antes, com variantes mais contagiosas que contornam as restrições mais rígidas. O país registrou 604 casos na terça-feira, abaixo dos 868 do dia anterior.
A atenção também se voltou para o polo industrial de Shenzhen, que registrou mais de 150 casos desde 19 de julho, levantando preocupações sobre interrupções na cadeia de suprimentos global.
O governo da cidade pediu que suas 100 maiores empresas, incluindo a fabricante de iPhones Foxconn e a produtora de petróleo Cnooc, restringissem as operações apenas a funcionários que vivem em um circuito fechado, com pouco ou nenhum contato com pessoas além de suas fábricas ou escritórios.
Autoridades em Shenzhen disseram na terça-feira que o surto está sob controle, com a maioria dos casos sendo detectados precocemente e prontamente isolados, embora ainda esperem encontrar novas infecções. O surto está ligado a casos transfronteiriços, disse o funcionário da comissão de saúde Lin Hancheng, sem dar mais detalhes.
A polícia de Shenzhen disse na semana passada que prendeu 82 pessoas, 19 das quais eram motoristas que entregavam suprimentos entre Shenzhen e Hong Kong, por contrabando de mercadorias e violação das leis de prevenção de epidemias nos últimos meses. As autoridades disseram que aplicarão rigorosamente o sistema de circuito fechado para motoristas, que não devem ter contato com a comunidade externa enquanto estão trabalhando.
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