O café vai ficar mais barato? Preço cai com colheita acelerada

A colheita acelerada de 59% da safra de café do país e a alta do dólar contribuíram para o preço do tipo arábica despencar - ao menos em NY

Café
Por Marvin G. Perez e Charlie Hancock
16 de Julho, 2022 | 10:51 AM

Bloomberg — O preço do café arábica despencou em Nova York diante da aceleração da colheita no Brasil, país que é o maior produtor mundial, e da alta do dólar que, ao mesmo tempo em que incentiva as exportações, também enfraquece a demanda global.

O dólar ampliou alta ante as principais moedas depois dos dados de inflação elevados dos EUA na quarta-feira (13) prepararem o terreno para o Federal Reserve aumentar juros agressivamente, o que torna as commodities cotadas em dólar mais caras para a maioria dos países importadores.

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Os produtores brasileiros já haviam colhido 59% da safra de café até 12 de julho, ante 48% na semana anterior, segundo a Safras & Mercado. A desvalorização do real contribuiu para que eles vendessem a colheita no mercado externo.

A Cecafé disse que o Brasil terá mais café para exportar nesta safra, embora os problemas de logística permaneçam.

“Sabemos que a demanda caiu em todos os setores”, disse Nick Gentile, sócio-gerente da NickJen Capital Management. “O euro está fraco e isso também não ajuda a demanda”, uma vez que a Europa é a região que mais consome café.

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  Dólar forte e medo de recessão pesam nas commodities

O café arábica negociado em Nova York caiu até 6% para US$ 1,9495 por libra-peso, o menor preço desde outubro do ano passado, e foi negociado abaixo de suas médias móveis de 50, 100 e 200 dias, todos sinais de baixa.

Preocupações gerais com o crescimento global estão ajudando a empurrar o café abaixo do principal suporte de US$ 2, disse Michael Nugent, fundador da corretora que leva seu nome na Califórnia.

Os preços podem ainda receber o apoio de temperaturas mais frias esperadas em partes do Brasil durante a segunda semana de julho, embora não haja risco de geada, disse Gentile. A recente queda nos preços das matérias-primas também aliviará as pressões inflacionárias, disse ele.

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