Petróleo se recupera do tombo com preocupações por exportação da Líbia

As exportações de petróleo caíram para cerca de um terço do nível do ano passado, depois que o agravamento da crise política levou à suspensão dos embarques

O WTI para entrega em agosto subia 1,9% para US$ 107,75 o barril às 6h54 em Londres, depois de cair 3,7% na quinta-feira
Por Alex Longley
01 de Julho, 2022 | 08:37 AM

Bloomberg — Os preços do petróleo avançavam, revertendo o forte declínio desta última quinta-feira (30), com o agravamento das interrupções no fornecimento na Líbia.

O West Texas Intermediate subia 1,6%, levando o a um ganho semanal. As exportações de petróleo da Líbia caíram para cerca de um terço do nível do ano passado, depois que o agravamento da crise política levou à suspensão dos embarques de dois dos maiores portos do país.

O risco de exportações mais fracas de combustível também está surgindo na Índia depois que o governo na sexta-feira aumentou os impostos sobre os embarques de gasolina e diesel como parte de um esforço para controlar um déficit cambial em rápida expansão. A Índia é um importante fornecedor para os mercados mundiais, e uma queda nas vendas pode apertar ainda mais os mercados que estão sofrendo com a redução da oferta russa.

O fechamento em alta da semana vem após um período de fraqueza, com os investidores preocupados com uma potencial desaceleração global. Os preços caíram 8% em junho, quebrando uma série de aumentos mensais desde dezembro, quando a guerra da Rússia na Ucrânia, interrupções no fornecimento e aumento da demanda apertaram o mercado. O petróleo subiu o suficiente para alarmar o presidente dos EUA, Joe Biden, que está pressionando por gasolina mais barata em casa enquanto lidera os esforços para fazer com que os produtores do Oriente Médio aumentem a produção de petróleo.

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Ainda assim, o mercado de barris reais de petróleo continua firme. Os prêmios para o petróleo do Mar do Norte continuam fortes, enquanto o petróleo de Angola está sendo vendido rapidamente, já que as refinarias europeias compram mais cargas com a oferta secando de alguns dos maiores suprimentos do continente. A oferta escassa é destacada na curva futura do petróleo que permanece atrasada, onde os contratos de curto prazo são mais caros do que os de entrega posterior.

“O aperto do mercado físico continua, apesar da venda macro agressiva”, disse Keshav Lohiya, fundador da consultora Oilytics.

Preços do petróleo

  • O WTI para entrega em agosto subia 1,9% para US$ 107,75 o barril às 6h54 em Londres, depois de cair 3,7% na quinta-feira
  • Brent para setembro avançava 2% para US$ 111,22

Os comerciantes vão examinar os próximos movimentos da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados. Embora o grupo tenha ratificado nesta semana um aumento na produção de petróleo em agosto, completando o retorno do fornecimento interrompido durante a pandemia, deixou sem solução a questão mais premente dos níveis futuros de produção. Biden viajará para o Oriente Médio no final deste mês para pedir à Arábia Saudita e aos Emirados Árabes Unidos que aumentem ainda mais a oferta.

Enquanto isso, a demanda dos EUA permanece robusta por enquanto, já que um número recorde de motoristas deve pegar a estrada neste fim de semana para viajar no Dia da Independência, reforçando o consumo de gasolina. Os preços médios nas bombas de varejo diminuíram um pouco nas últimas semanas, depois de atingirem um recorde acima de US$ 5 o galão em junho.