O crescimento das criptomoedas entre duas Copas do Mundo

Nos últimos quatro anos, o mercado das moedas digitais mudou, acelerou, ganhou corpo e hoje se destaca em diversas frentes

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Tempo de leitura: 4 minutos

Por Gino Matos para Mercado Bitcoin

São Paulo — O mercado de criptomoedas amadureceu desde sua última grande queda, ocorrida em 2018, ano de Copa do Mundo. De lá para cá, o número de usuários disparou 1.566%, segundo a empresa de dados alemã Statista, saindo de 18 milhões para quase 300 milhões ao redor do mundo. A alta nos preços dos ativos digitais, exibida em 2021, só colocou em evidência o quanto o mercado cripto ganhou relevância.

Enquanto em 2018 apenas 8% dos americanos investiam em criptomoedas, em 2022 já representam 21%, ou seja, um a cada cinco habitantes dos Estados Unidos usou, investiu ou negociou essas moedas. A alocação de investidores institucionais em fundos de criptomoedas chegou a US$ 8,9 bilhões entre janeiro de novembro de 2021, segundo a CoinShares. Além disso, US$ 33 bilhões em capital de risco foram investidos em startups com foco nesses ativos. As criptomoedas também conquistaram espaço como meio de pagamento.

Cadeia de eventos

A mudança da opinião pública sobre o mercado cripto, somada ao aumento na sua adoção, também fez crescer a demanda por aplicações, centralizadas e descentralizadas. Rafael Brunacci, gerente de desenvolvimento de negócios na América Latina da CoinsPaid, diz que a primeira transformação gerada pela maior procura foi a melhora na experiência do usuário. A semelhança com aplicativos bancários se mostrou uma mudança importante, diz.

Além da facilitação na usabilidade, Brunacci avalia que o uso de moedas digitais como reserva de valor fez com que muitos investidores realizassem transações com esses ativos. Esse movimento, por sua vez, levou muitos lojistas a aceitar as criptomoedas como pagamento. “As empresas viram a necessidade de buscar soluções para automatizar e atender melhor essa nova demanda.”

Criou-se, então, um cenário de crescimento nos pagamentos: aplicações mais fáceis de utilizar e aumento no número de lojistas que aceitam criptomoedas. O executivo da CoinsPaid salienta ainda que o avanço no cenário regulatório globalmente tem ajudado a tirar as criptomoedas de uma “zona cinza”. Isso significa que mais pessoas estão se sentindo confiantes em usar os ativos, especialmente nos pagamentos.

Melhora na infraestrutura

Entre uma Copa do Mundo e outra, não foram vistos apenas avanços regulatórios e de experiência do usuário. Em termos de infraestrutura blockchain, o mercado de moedas digitais também cresceu, exibindo uma amplitude de redes otimizadas para uso constante. Uma das que ganharam destaque nos últimos dois anos foi a Solana.

O motivo da popularidade está na capacidade transacional da rede. A equipe por trás do projeto afirma que a Solana é capaz de processar 65 mil transações por segundo, sendo uma das mais rápidas atualmente no mercado cripto.

Além disso, a criptomoeda nativa da rede, a SOL, pode ser usada em qualquer loja por meio do cartão de débito Swipe. A conversão da moeda digital para a moeda fiduciária local é feita através do cartão de débito da empresa. Dessa forma, é possível pagar por bens e serviços em uma viagem, incluindo a hospedagem.

Guilherme Murtinho, cofundador da brasileira Transfero, diz que é possível efetuar pagamentos com qualquer token criado na rede Solana por meio da solução Solana Pay.

“O Solana Pay é uma nova estrutura de pagamentos, aberta e de uso gratuito. A aplicação foi desenvolvida para transações imediatas, com taxas que beiram frações de centavos e com zero impacto ambiental. A grande aposta dessa nova solução é revolucionar a forma com que comerciantes e consumidores poderão interagir entre si.”

Murtinho ressalta ainda que a rede conta com 23 diferentes stablecoins, criptoativos cujo preço é pareado ao valor de um ativo real, incluindo a stablecoin BRZ, com lastro no real. Isso permite pagamentos instantâneos, sem o risco da volatilidade do mercado cripto, destaca.

Pagar sem gastar as criptos

Outro importante desenvolvimento em termos de pagamento está ligado ao mercado de finanças descentralizadas, ou DeFi, na sigla em inglês. Uma das justificativas para não usar criptomoedas como forma de pagamento está relacionada à perda do investimento. Ou seja: quem comprou Ethereum como investimento, não quer se desfazer de sua posição.

O crescimento do setor de DeFi, contudo, permite que o usuário, de qualquer lugar do mundo, tome um empréstimo de stablecoins usando suas criptomoedas como garantia. Felipe Escudero, especialista em criptomoedas da O2 Research e criador do canal BitNada, diz como o empréstimo descentralizado pode ser utilizado para poupar o saldo em cripto.

“A primeira vantagem são os juros, menores em comparação aos bancários. E quem empresta tem a certeza de que vai receber, pois os valores ficam em um contrato inteligente. Além disso, a quitação do empréstimo pode ser feita a qualquer momento: não existe uma data-limite para o final do contrato. Também não há necessidade de se desfazer das criptomoedas, elas são recuperadas com a quitação da dívida.”

Em suma, um investidor obtém liquidez quando necessário, sem se desfazer de seus ativos digitais. Em quatro anos, entre uma Copa do Mundo e outra, o mercado cripto passou a oferecer um leque maior de opções. O que será que o mercado reserva para 2026?

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