Próxima TerraUSD? Investidores tiraram mais de US$ 7 bilhões da Tether em dez dias

Queda de 12 de maio desencadeou onda de resgates, levando os reguladores a questionar se esses ativos são adequados para adoção convencional

Durante o colapso, a Tether disse que continuaria a honrar os resgates de USDT em um valor de um para um em seu próprio site
Por Joanna Ossinger e Sidhartha Shukla
17 de Maio, 2022 | 03:43 PM

Bloomberg — Os investidores seguem fugindo de criptomoedas e stablecoins desde o início do crash. A circulação total do Tether, a maior e mais importante stablecoin, caiu mais de US$ 7 bilhões desde 7 de maio, quando o caos da TerraUSD se tornou aparente, mostram dados da CoinGecko.

Enquanto isso, o Bitcoin permanecia perto de US$ 30 mil nesta terça-feira (17), em meio a negociações cautelosas, já que as consequências da stablecoin em colapso continuaram a manter o sentimento sob controle.

A maior criptomoeda do mundo subia 2,7%, negociada a US$ 30.139 às 14h47, horário de Brasília. Outras moedas, de Ether a Avalanche, também registraram ganhos modestos.

O Bitcoin acumula uma perda de 21% até agora em maio - a pior queda mensal em um ano - após a turbulência do setor de criptomoedas da semana passada devido ao colapso da stablecoin algorítmica TerraUSD, também conhecida por seu ticker UST, e a breve queda do Tether da paridade com o dólar.

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“Pequenas quantidades de compras deram provisoriamente um impulso ao Bitcoin, mas muito do varejo e do mundo institucional ainda tem grandes feridas do recente colapso”, escreveu Edward Moya, analista de mercado sênior da Oanda, em nota.

O drama das stablecoins estimulou o debate sobre o futuro dos ativos digitais e as lições a serem aprendidas com o colapso do ecossistema Terra.

A “regulamentação da stablecoin parece provável” e pode reduzir o risco, escreveram os estrategistas do Goldman Sachs (GS) Isabella Rosenberg e Zach Pandl em nota.

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Embora as stablecoins TerraUSD e Tether operem de forma diferente, a queda subsequente na indexação ao dólar da Tether para 96 centavos em 12 de maio desencadeou uma onda de resgates, levando os reguladores a questionar se esses ativos são adequados para adoção convencional. Durante o colapso, a Tether disse que continuaria a honrar os resgates de USDT em um valor de um para um em seu próprio site, enquanto as exchanges estavam vinculadas ao valor real de mercado do token na época.

“Os efeitos posteriores do colapso da UST podem ser sentidos por um longo tempo e provavelmente expandirão a supervisão regulatória do espaço de stablecoin”, disse o provedor de dados blockchain Kaiko em um relatório na segunda-feira (16).

Os tokens não estão prontos para serem usados pelos consumidores para fazer pagamentos, acrescentou Rohit Chopra, diretor do Departamento de Proteção Financeira do Consumidor dos EUA, em entrevista à Bloomberg TV.

Dados do blockchain

O aumento nos preços do Bitcoin foi acompanhado por sinais ligeiramente mais claros das tendências de blockchain, de acordo com Darshan Bathija, CEO e cofundador da exchange de criptomoedas Vauld, com sede em Singapura.

Dados on-chain mostram que o número de endereços com entre um e 10 Bitcoins aumentou de 689.000 para 694.000 entre 9 e 19 de maio, uma “indicação de confiança na recuperação da criptomoeda”, disse Bathija.

O valor total de mercado das moedas virtuais caiu cerca de US$ 420 bilhões este mês para US$ 1,36 trilhão, segundo dados da CoinGecko. O Bitcoin está 56% abaixo de seu recorde de novembro do ano passado.

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