Europeus buscam pechinchas e roupas baratas com disparada dos preços

Maior varejista de roupas online da Europa aponta que gasto médio das famílias com vestuário caiu no último trimestre

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Bloomberg — Os consumidores europeus estão caçando pechinchas e comprando roupas mais baratas enquanto a inflação reduz o orçamento de algumas famílias, segundo a Zalando, maior varejista de roupas online da Europa.

Segundo a empresa, estão começando a aparecer as primeiras rachaduras nos gastos do consumidor, já que as despesas crescentes levam os compradores a escolher os preços de entrada em vez de roupas do mercado médio. Os compradores mais abastados ainda estão optando por roupas mais caras, no entanto.

A varejista espera que a receita e o lucro estejam na parte mais baixa de seus intervalos de previsão para 2022, depois de divulgar resultados do primeiro trimestre abaixo das expectativas dos analistas nesta quinta-feira (5). As ações recuavam até 4,9% no mercado europeu, perdendo cerca de metade de seu valor este ano.

As evidências estão começando a surgir de que alguns consumidores estão lutando para lidar com orçamentos mais apertados. Embora muitas empresas de bens de consumo na Europa tenham conseguido repassar custos mais altos aos consumidores, o CEO da Heineken, Dolf van den Brink, apontou o risco de que contas de energia mais altas possam levar os consumidores a reduzir outras despesas, como cerveja. Até agora, as empresas de alimentos sinalizaram que a mudança para produtos mais baratos foi limitada, e as cervejarias ainda conseguem vender cervejas mais caras.

“Os clientes estão comprando itens mais sazonais e baseados em tendências e, dependendo da preferência, estão se voltando para o sortimento de alta qualidade ou mudando do mercado médio para os preços de entrada”, disse Zalando.

A empresa, que vende roupas de marcas como Moschino e The Kooples, teve um prejuízo operacional de 52 milhões de euros (US$ 55 milhões) devido a descontos e aumento dos custos de atendimento.

A varejista disse ainda que está ajustando sua oferta às mudanças nos padrões de compras dos clientes e expandindo sua rede de logística, com novos centros de atendimento sendo construídos na Alemanha, Polônia e França.

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