Europeus buscam pechinchas e roupas baratas com disparada dos preços

Maior varejista de roupas online da Europa aponta que gasto médio das famílias com vestuário caiu no último trimestre

Um funcionário coloca pacotes de roupas selados em caixas de pedidos de clientes dentro do centro de logística e atendimento de compras on-line Zalando em Erfurt, Alemanha
Por Thomas Mulier
05 de Maio, 2022 | 07:09 AM

Bloomberg — Os consumidores europeus estão caçando pechinchas e comprando roupas mais baratas enquanto a inflação reduz o orçamento de algumas famílias, segundo a Zalando, maior varejista de roupas online da Europa.

Segundo a empresa, estão começando a aparecer as primeiras rachaduras nos gastos do consumidor, já que as despesas crescentes levam os compradores a escolher os preços de entrada em vez de roupas do mercado médio. Os compradores mais abastados ainda estão optando por roupas mais caras, no entanto.

A varejista espera que a receita e o lucro estejam na parte mais baixa de seus intervalos de previsão para 2022, depois de divulgar resultados do primeiro trimestre abaixo das expectativas dos analistas nesta quinta-feira (5). As ações recuavam até 4,9% no mercado europeu, perdendo cerca de metade de seu valor este ano.

As evidências estão começando a surgir de que alguns consumidores estão lutando para lidar com orçamentos mais apertados. Embora muitas empresas de bens de consumo na Europa tenham conseguido repassar custos mais altos aos consumidores, o CEO da Heineken, Dolf van den Brink, apontou o risco de que contas de energia mais altas possam levar os consumidores a reduzir outras despesas, como cerveja. Até agora, as empresas de alimentos sinalizaram que a mudança para produtos mais baratos foi limitada, e as cervejarias ainda conseguem vender cervejas mais caras.

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“Os clientes estão comprando itens mais sazonais e baseados em tendências e, dependendo da preferência, estão se voltando para o sortimento de alta qualidade ou mudando do mercado médio para os preços de entrada”, disse Zalando.

A empresa, que vende roupas de marcas como Moschino e The Kooples, teve um prejuízo operacional de 52 milhões de euros (US$ 55 milhões) devido a descontos e aumento dos custos de atendimento.

A varejista disse ainda que está ajustando sua oferta às mudanças nos padrões de compras dos clientes e expandindo sua rede de logística, com novos centros de atendimento sendo construídos na Alemanha, Polônia e França.

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