O país europeu em que os millennials encaram alta da inflação pela primeira vez

Situação pode piorar e PIB da Dinamarca pode deixar de crescer em cenário de estagflação

Eletricidade representou um ponto percentual do aumento da inflação; combustível acrescentou cerca de 0,8 ponto percentual
Por Morten Buttler
11 de Abril, 2022 | 12:31 PM

Bloomberg — A inflação dinamarquesa está mais alta que os índices que os millennials já enfrentaram em suas vidas.

Após uma década de aumentos de preços inferiores a 2% ao ano, os consumidores agora estão tendo que lidar com um aumento colossal de 5,4% em março em relação ao ano anterior – um nível não visto desde maio de 1985, quando a internet estava na infância e o Muro de Berlim ainda estava de pé.

E ainda vai ficar pior. A inflação dinamarquesa ainda não atingiu o pico, sendo estimulada pela alta demanda por bens e serviços do país no exterior e pelo aumento salarial contínuo, disse Bjorn Tangaa Sillemann, analista sênior do Danske Bank, em nota aos clientes.

Inflação da Dinamarca atingiu o pico mais alto desde 1995dfd

A inflação é impulsionada pela energia e pelas pressões salariais decorrentes da escassez de mão de obra, depois que o país nórdico superou seus vizinhos ricos ao evitar as consequências econômicas da pandemia. A eletricidade contribuiu com um ponto percentual do aumento anual no mês passado, ao passo que o combustível acrescentou cerca de 0,8 ponto percentual, disse o Statistics Denmark em comunicado nesta segunda-feira (11).

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“Dirigir seu carro e aquecer sua casa é absolutamente crucial”, disse Sillemann. “Em particular, ficou muito caro dirigir veículos a diesel em março, depois que os preços subiram 17% – o maior aumento mensal de preços até o momento.”

O Ministério das Finanças alertou no mês passado que a inflação pode atingir uma média de 5,5% este ano e o produto interno bruto pode deixar de crescer com o pior cenário sendo “estagflacionário” e pressupondo o enfraquecimento da confiança do consumidor e das empresas e uma interrupção nos fluxos de petróleo e gás da Rússia devido à guerra na Ucrânia.

--Com a colaboração de Joel Rinneby.

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--Este texto foi traduzido por Bianca Carlos, localization specialist da Bloomberg Línea.

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