FMI deve aprovar conta para arrecadar fundos para a Ucrânia

Especialista diz que aprovação de fundo para um único país é prática incomum da organização

Conta permitiria que países interessados se juntem para canalizar empréstimos ou doações para ajudar a Ucrânia
Por Volodymyr Verbyany e Priscila Azevedo Rocha e Eric Martin
07 de Abril, 2022 | 08:56 AM

Bloomberg — O Fundo Monetário Internacional está prestes a estabelecer uma nova conta nos próximos dias que permitirá que países doadores apoiem a economia da Ucrânia enquanto o país enfrenta a invasão russa.

A criação da chamada “conta especial administrada” pode ser aprovada já na última sexta-feira (31), segundo pessoas a par do assunto, que pediram anonimato porque não estão autorizadas a falar publicamente.

A conta permitiria que países interessados se juntem para canalizar empréstimos ou doações para ajudar a Ucrânia a dar conta de necessidades orçamentárias e de balança de pagamentos decorrentes da guerra, ao mesmo tempo apoiando a estabilidade macroeconômica, disse o porta-voz do FMI Arroz Gerry no mês passado.

A assessoria de imprensa não quis comentar ou fornecer mais detalhes quando perguntada nesta quarta-feira (6).

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Os países membros do FMI começarão a anunciar contribuições para a conta a partir da próxima semana, antes das reuniões de primavera do credor multilateral, que acontecem de 18 a 24 de abril, disse uma das pessoas.

O fundo com sede em Washington aprovou no início de março um empréstimo emergencial de US$ 1,4 bilhão e prevê que o PIB da Ucrânia sofrerá contração de 10% em 2022 se houver uma resolução imediata para a guerra. A instituição alertou que a recessão poderia chegar à faixa de 25% a 35%, com base em dados sobre contrações em outras nações devastadas por guerra.

O novo apoio internacional à Ucrânia ocorre em meio a uma série de outras medidas de financiamento que o país implementou para apoiar seu orçamento, ajudar nos pagamentos do país e arrecadar dinheiro para suas forças armadas e civis.

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O ministério das finanças do país arrecadou cerca de US$ 1,2 bilhão por meio de venda de títulos de guerra desde que a invasão começou. Recebeu separadamente o apoio de instituições e governos, incluindo a União Europeia e o Banco Mundial.

As regras do FMI permitem que o fundo estabeleça contas administradas para fins como assistência financeira e técnica, com o fundo atuando como administrador.

No passado, a instituição criou contas semelhantes, como a Poverty Reduction and Growth Trust, que redireciona ativos de reserva do FMI, conhecidos como direitos de saque especiais, para conceder empréstimos sem juros a países de baixa renda.

Mas é incomum que esses recursos sejam direcionados para apenas um país, disse Martin Muhleisen, que atuou como chefe de gabinete da ex-diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde.

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