Deutsche Bank vê possibilidade de alta de meio ponto de juros pelo BCE

Economistas de grandes instituições financeiras estão se perguntando se o BCE poderia adotar uma postura mais agressiva em relação à inflação

Deutsche Bank vê possibilidade de alta de meio ponto de juros pelo BCE
Por Carolynn Look e Greg Ritchie
07 de Abril, 2022 | 08:55 PM

Bloomberg — Economistas de grandes instituições financeiras estão se perguntando se o Banco Central Europeu poderia adotar uma postura mais agressiva em relação à inflação recorde, subindo juros em uma alta de meio ponto percentual antes do final do ano.

Carsten Brzeski do ING disse que um período mais longo de crescimento elevado dos preços pode “assustar tanto o BCE” que ele “aumenta as taxas de juros em 50 pontos base em setembro”, segundo um relatório a clientes na quinta-feira.

Essa semana, economistas do Deutsche Bank liderados por Mark Wall disseram que “o BCE poderia subir juros em incrementos maiores - de 50 pontos base - em uma ou mais reuniões”.

  

Uma alta dessa magnitude - adotada pela última vez pelo BCE em 2008 - levaria a taxa de depósitos a zero, encerrando oito anos de juros negativos.

PUBLICIDADE

Com inflação em mais de três vezes a meta de 2%, há uma pressão crescente para agir, apesar dos riscos para o crescimento econômico representados pela guerra da Rússia na Ucrânia. Autoridades do Federal Reserve dos EUA estão discutindo um ou mais aumentos de juros dessa magnitude para combater a alta dos preços.

A presidente do BCE, Cristine Lagarde, disse na semana passada que as taxas serão ajustadas gradualmente, com o mercado apostando em aumentos de 0,25 ponto percentual em setembro, dezembro, janeiro e março.

Mas, embora o cenário base do ING seja um aumento de um quarto de ponto pelo BCE no quarto trimestre e outro no início do próximo ano, o banco vê um risco de “normalização mais precoce e agressiva”.

O Deutsche Bank prevê aumentos de 0,25 ponto percentual entre setembro e dezembro de 2023, enquanto o Morgan Stanley também aumentou recentemente o tamanho de seu primeiro aumento esperado.

Veja mais em bloomberg.com