Por Matheus Mans para Mercado Bitcoin
São Paulo - Em 2021, o mercado esportivo foi sacudido pelos fan-tokens, os ativos digitais criados para aproximar torcedores de seu time do coração por meio de ações de marketing interativas, ao mesmo tempo em que geram receita para os clubes com a venda dos tokens. Diante do sucesso do produto no Brasil em especial, a estratégia vem sendo replicada em outras modalidades esportivas.
O primeiro movimento nessa direção foi no basquete: o Torneio de Enterradas “Penalty”, competição da 14ª edição do Jogo das Estrelas, organizado pela Liga Nacional de Basquete (LNB), teve seus melhores momentos tokenizados e vendidos como tokens não-fungíveis, os NFTs na sigla em inglês.
Do basquete as criptomoedas chegaram ao octógono do UFC. No final de março, o lutador brasileiro de MMA José Aldo, que foi bicampeão na categoria peso-pena, anunciou o lançamento de uma coleção de tokens não-fungíveis (NFTs), combinados com experiências do atleta: Aldo pretende oferecer treino em um ginásio de luta dentro do metaverso, o ambiente de realidade paralela que permite a imersão de consumidores.
Fora do Brasil há iniciativas similares. “Após consolidar nosso modelo no futebol, estamos expandindo para o automobilismo e o basquete, em parceria com equipes da Nascar e da Fórmula 1, além de 20 franquias da NBA”, diz o fundador e CEO da Socios.com, Alexandre Dreyfus, empresa de ativos digitais esportivos.
Torcedor se rende aos Fan-tokens
Apesar do sucesso, uma questão é como fazer com que todas essas novidades digitais cheguem até os fãs. O torcedor Luan Silva, de 21 anos, que mostrou interesse nos fan-tokens em reportagem sobre o ativo, conta que não tinha nenhuma ideia a respeito dessas novidades. “Acho mais simples comprar uma moeda digital atrelada ao seu time”, diz.
Natural de São Paulo, Silva conta que ainda não conseguiu entender realmente qual o significado por trás dos NFTs e do metaverso. Como seria o treino de José Aldo no ambiente digital? Vale realmente a pena investir em NFTs como do basquete nacional? São perguntas para as quais Luan busca resposta, mas admite que, mesmo diante dessas dúvidas, está aberto para o novo.
“Gostei da experiência com os fan-tokens, que me aproximaram do Corinthians e me levaram a fazer parte de algo maior no time. E ainda funcionam como investimento”, diz o jovem. “Quem sabe se esse mercado de criptoativos se intensificar no setor esportivo eu não comece a olhar para essas novidades que, até agora, não entraram no meu radar?”.
Dreyfus, da Socio.com, não vê barreiras no mercado. “Em apenas dois anos, conseguimos construir uma comunidade global de mais de 1 milhão de usuários, apesar de termos tido de educar tanto os clubes quanto os torcedores no uso do nosso produto”, diz o executivo.
“À medida que as marcas se familiarizam com o produto, encontraos novos casos de uso para alavancar seu potencial e aprimoramos o aplicativo com mais recursos. Realmente eu acredito que o céu é o único limite para nós”.