Paralisação de servidores do Banco Central atrasa divulgação de indicadores

Pesquisa Focus, acompanhada atentamente pelo mercado, saiu com uma hora e meia de atraso nesta segunda-feira

"Os funcionários do Banco Central têm um enorme sentimento de responsabilidade com seus empregos e temos medidas de contingência caso as coisas piorem”
Por Maria Eloisa Capurro
28 de Março, 2022 | 10:53 AM

Bloomberg — Funcionários do Banco Central do Brasil disseram que a greve dos servidores da autoridade está atrasando a divulgação da pesquisa Focus, que é acompanhada de perto pelos investidores, assim como um conjunto de indicadores econômicos esperados para esta semana.

Os trabalhadores, descontentes com a promessa do presidente Jair Bolsonaro de aumentar os salários de apenas alguns servidores públicos, como policiais, discutirão uma greve nesta semana. Os servidores públicos que não receberam a promessa de aumento salarial, incluindo os da Receita Federal, protestam desde dezembro e alguns deles renunciaram a cargos de liderança.

A pesquisa Focus do Banco Central, com estimativas de mais de 100 agentes do mercado para inflação, crescimento do PIB, taxas de juros e moeda, foi publicada com uma hora e meia de atraso nesta segunda-feira (28). Indicadores econômicos, incluindo relatórios de crédito, estatísticas fiscais e dados de conta corrente esperados para esta semana também foram adiados sem uma data de publicação clara.

O banco central não justificou a medida “temporária”.

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“Respeitamos o direito dos trabalhadores de protestar. Os funcionários do Banco Central têm um enorme sentimento de responsabilidade com seus empregos e temos medidas de contingência caso as coisas piorem”, disse o presidente do BC, Roberto Campos Neto, a repórteres na semana passada.

O sindicato vai discutir nesta segunda a possibilidade de uma greve a partir de 1º de abril, uma vez que pressiona para que seus salários sejam reajustados pela inflação, bem como uma reestruturação de suas carreiras.

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