Blockchain leva inovação a universidades da América Latina

Tecnologia adotada pela organização RedCLARA, que conecta redes acadêmicas na região, permitirá registrar com segurança diplomas e outros documentos no sistema

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Por Gino Matos para Mercado Bitcoin

São Paulo — Cada vez mais presente nas plataformas digitais no Brasil, a blockchain vem sendo considerada indispensável para o programa de transformação digital do governo federal. Seu uso nos serviços públicos cresce em vários países da América Latina, especialmente após a RedCLARA, organização uruguaia de Direito Internacional sem fins lucrativos, que conecta redes acadêmicas de computadores na região, adotar a tecnologia.

“A blockchain é transformadora. Utilizando contratos inteligentes do Ethereum, a RedCLARA e as redes educacionais dos países-membros poderão fornecer serviços inovadores para universidades, como, por exemplo, o registro de credenciais e diplomas feito na blockchain”, afirma o venezuelano Luis Eliecer Cadenas, CEO da RedCLARA. A gestão de dados científicos que permita ajudar pesquisadores e aproximar estudantes de universidades à tecnologia é outro benefício apontado por Cadenas.

A RedCLARA

Eduardo Grizendi, diretor de Engenharia e Operações da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), explica que o objetivo da CLARA (Cooperação Latino-Americana de Redes Avançadas) é promover a educação, ciência e inovação na América Latina por meio da colaboração e comunicação dos onze países-membros, dos quais o Brasil faz parte.

“A RedCLARA desenvolve, opera e mantém uma rede de altíssima velocidade, em 100 Gigabytes por segundo, interligando as dos membros na América do Sul, América Central e o México. Também se conecta diretamente com as redes acadêmicas na América do Norte, Europa e África, e indiretamente com Ásia e Oceania”, diz Grizendi.

Por meio dessa conexão, serviços são oferecidos à comunidade acadêmica latino-americana, como aqueles em nuvem, colaboração em telemedicina e, agora, a LACNet, a blockchain da RedCLARA.

Por que usar blockchain agora?

A RedCLARA existe há quase 20 anos e somente agora a blockchain foi implementada pela organização. O que chamou a atenção para essa tecnologia, explica Cadenas, foi o caráter transformador para o ambiente de pesquisa e educação, especialmente quando a emissão de tokens é levada em consideração.

“Temos ideias para aplicar nesse sentido. Como, por exemplo, acelerar o reconhecimento mútuo de títulos na América Latina e até na Europa por meio da EBSI [sigla em inglês para Infraestrutura Europeia de Serviços em Blockchain, da Comissão Europeia]”, diz Cadenas.

Sobre a EBSI, caso a LACNet siga seu modelo, além das aplicações relacionadas ao ambiente acadêmico, é possível ainda esperar um serviço notarial integrado entre países e uma identidade autossoberana, que já deu o primeiro passo com o RG único e digital no Brasil.

Considerando a colocação de Eduardo Grizendi sobre os usos para a LACNet serem “muitos e diversos”, tais aplicações possivelmente não serão descartadas. Grizendi acrescenta que a LACNet também “permitirá que organizações, governos e a academia desenvolvam seus projetos sobre uma blockchain unificada e aberta, com governança local e focada na inclusão”.

Casos práticos

Além dos exemplos mencionados por Cadenas e Grizendi, mais casos práticos deverão surgir com a LACNet. “Podemos usar não só para emissão de certificados, mas criar dinâmicas que tornem as universidades da América Latina mais competitivas globalmente”, diz Cadenas, acrescentando que essas oportunidades tendem a promover desenvolvimento social e econômico.

Sobre a competitividade das instituições acadêmicas latino-americanas, das 100 maiores universidades do mundo, somente uma está localizada na região: a Universidade de Buenos Aires. Portanto, a melhoria com o uso da blockchain que poderá ser gerada torna-se essencial para os países-membros.

Outro exemplo nessa mesma linha é o do Diploma Digital que, segundo o diretor da RNP, servirá de modelo para uma aplicação de votos digitais baseada na LACNet. O Diploma Digital é uma solução fomentada pelo Ministério da Educação que permite gerar, registrar, autenticar e preservar a versão digital em blockchain de diplomas acadêmicos.

“No geral, nossa expectativa é produzir uma mudança positiva na adoção da tecnologia blockchain ao redor do mundo”, conclui o CEO da RedCLARA.

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