Receita e PF investigam fraudes na importação de cabelos humanos

Operação Janus é deflagrada com mandados de busca e apreensão em cidades do Paraná de Foz do Iguaçu e Curitiba

Buscas nas residências de pessoas supostamente ligadas à organização criminosa foram efetuadas em Foz do Iguaçu e Curitiba,  no Paraná
22 de Março, 2022 | 10:02 AM

São Paulo — A Receita Federal e a Polícia Federal deflagram nesta terça-feira (22) a Operação Janus, com o objetivo de combater uma organização criminosa suspeita de operações de lavagem de dinheiro, sonegação fiscal, contrabando e descaminho envolvendo até a importação de cabelos humanos da Índia.

Segundo comunicado divulgado pela Receita Federal, as investigações identificaram a existência de um grupo criminoso que praticava lavagem de dinheiro utilizando empreendimentos de construção civil e bens em nome de terceiros.

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Parte do recurso lavado se originava de atividades ilícitas vinculadas a operações financeiras supostamente ilegais, executadas por integrantes que exerciam a atividade de “doleiro” no Paraguai, segundo a nota. Os recursos também seriam provenientes de sonegação fiscal, contrabando e descaminho de cabelos humanos.

O cabelo humano era importado da Índia por meio de empresas em nome de interpostas pessoas, com o valor subfaturado, relata a Receita Federal. A parte não declarada era repassada aos vendedores através de operações cambiais irregulares denominadas dólar-cabo. Os cabelos humanos eram revendidos, no mercado interno, por valores também subfaturados, segundo o comunicado.

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Investigadores suspeitam que o cabelo entrava no Brasil após ser importado por empresas no Paraguai

Da mesma forma, possivelmente, essa mercadoria era importada da Índia pelo Paraguai, de onde seria descaminhada para o Brasil. Os pagamentos dessas operações, identicamente, faziam uso de operações financeiras ilegais envolvendo doleiros e contas em nome de interpostas pessoas.

Foram expedidos 3 mandados de busca e apreensão e estão sendo efetuadas buscas nas residências de pessoas ligadas à organização criminosa, em Foz do Iguaçu (PR) e Curitiba (PR). De acordo com a Receita Federal, a Justiça Federal decretou o bloqueio de contas bancárias e o sequestro de bens dos suspeitos. Participam da operação 5 Auditores-Fiscais, 3 Analistas Tributários e 15 Policiais Federais.

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Sérgio Ripardo

Jornalista brasileiro com mais de 29 anos de experiência, com passagem por sites de alcance nacional como Folha e R7, cobrindo indicadores econômicos, mercado financeiro e companhias abertas.