Metaverso é o novo terreno para negócios imobiliários

Potencial de crescimento do mercado virtual amplia volume de transações, que apenas em novembro último somou US$ 86 milhões na plataforma The SandBox

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Por Matheus Mans para Mercado Bitcoin

São Paulo - Um estudo da Bloomberg Intelligence, braço da Bloomberg voltado à análise de mercados, setores e governos no mundo com foco na tomada de decisões, estima que o metaverso será, em um futuro não muito distante, um mercado de US$ 800 bilhões. E quem está de olho nessa oportunidade é o segmento imobiliário.

“O metaverso é uma realidade que veio para ficar e no longo prazo mudar o formato e a experiência de consumo de residências”, diz Leandro Otávio Sobrinho, sócio da Raise Investor, empresa de investimentos imobiliários com sede nos Estados Unidos.

Apenas em novembro de 2021, a plataforma The SandBox registrou US$ 86 milhões em negócios relacionados à compra de terrenos. Um movimento que vem chamando a atenção nesse novo mercado é a adesão de celebridades, que, de certa forma, acaba funcionando como uma ação publicitária indireta.

Atraindo usuários

O rapper Snoop Dogg, por exemplo, comprou um conjunto de terrenos no The SandBox, ao qual batizou de “Snoopverse”. A ideia, disse o artista à época, seria a de oferecer experiências relacionadas ao mundo musical nesse espaço. E enquanto elas não se concretizam, Snoop Dogg ajuda a popularizar o metaverso.

Um investidor de criptomoedas correu e desembolsou R$ 2,5 milhões também na compra de um terreno no The SandBox ao lado do adquirido pelo rapper com o intuito de… ser vizinho da celebridade. E, claro, lucrar com esse tipo de investimento no futuro.

Pensando em investimento lucrativo que a nova experiência trazida por esse mundo virtual também atrai empresas de setores variados, que vêm investindo em terrenos. A Warner Music adquiriu uma área que pretende seja usada em apresentações musicais. Nike, Ralph Lauren, Itaú, Stella Artois, Lojas Renner e Fortnite engrossam a lista das que garantiram seu pedacinho de chão de pixels no espaço conectado do metaverso.

“É interessante notar como o metaverso está evoluindo de dois lados. Primeiramente, as empresas estão entusiasmadas em conhecer o ‘novo’, explorar mais esse espaço e mostrar que estão conectadas”, diz José Alves de Sousa, pesquisador de mercados digitais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). “Por outro, começa essa corrida por terrenos. Como em um shopping físico, as marcas querem estar bem localizadas no virtual”.

Imobiliárias no metaverso

Enquanto esse universo se mostra aquecido, com compras diretamente na plataforma The SandBox, imobiliárias virtuais pipocam pelo mundo. A Metaverse Property, empresa do Metaverse Group, foi a pioneira. Dentro da plataforma The Centraland, já intermediou a compra de terrenos por US$ 2,43 milhões no último ano.

Aos poucos esse mercado mostra as oportunidades. Ao lado da aquisição de terrenos para uso próprio, surge a especulação imobiliária baseada na valorização e até mesmo na locação virtual para empresas com interesse na locação.

“Ainda oferecemos ao consumidor a possibilidade de escolher o tipo de ‘casa’ que deseja dentro daquele layout”, diz Sobrinho. A possibilidade de uma customização na virtual na compra de imóvel, assim como toda a ambientação dele, é grande, segundo ele, elevando a atratividade do negócio para o consumidor.

“Ainda é preciso ter uma demanda relevante por parte dos consumidores, mas temos tudo para que ela aconteça nos próximos anos com uma força muito maior do que a gente imagina”.