Rússia e Ucrânia preparam plano de neutralidade de 15 pontos: FT

Conversas entre as partes avançaram positivamente e a retirada russa da Ucrânia é uma das possibilidades

Foto: Dimitar Dilkoff/AFP/Getty Images
16 de Março, 2022 | 02:02 PM

Bloomberg Línea — As negociações entre a Rússia e a Ucrânia para parar a guerra parecem estar tendo melhores resultados. O jornal britânico Financial Times anunciou nesta quarta-feira (16) que as partes estariam preparando um “plano de neutralidade” de 15 pontos com o qual a invasão poderia ser encerrada.

Conforme explicado pelo jornal, a Rússia estaria pedindo à Ucrânia que se declarasse neutra e renunciasse às suas aspirações dentro da Otan, recusando-se a hospedar bases militares estrangeiras de outros aliados, como os Estados Unidos ou o Reino Unido.

As informações reveladas pela mídia dizem que “a natureza das garantias ocidentais para a segurança da Ucrânia, e sua aceitabilidade para Moscou, ainda pode ser um grande obstáculo a qualquer acordo”, insistindo que as autoridades ucranianas ainda estão “céticas” no comprometidos com a paz. A informação do FT vem de três pessoas envolvidas no processo de conversação, segundo o jornal.

Na quarta-feira, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, disse à mídia que chegar a um ponto em que a Ucrânia é neutra, mas mantém suas forças armadas, “pode ser visto como algum tipo de compromisso”, mas não deu outras informações além de confirmar que uma neutralidade no estilo da Suécia ou a Áustria estariam entre as discussões.

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No entanto, as últimas declarações do presidente russo, Vladimir Putin, não são tão positivas quanto sugerem as partes envolvidas nas negociações. Na terça, Putin sinalizou que o governo em Kiev não era sério o suficiente para buscar um acordo, segundo a Bloomberg News.

O presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy falou perante o Congresso dos Estados Unidos na quarta-feira, um espaço no qual usou os ataques a Pearl Harbor e os atentados de 11 de setembro de 2001 para insistir em uma ajuda mais específica à Ucrânia na guerra.

“A Rússia transformou o céu ucraniano em uma fonte de morte para milhares de pessoas”, disse o presidente. “Pedimos uma resposta a este ato de terror”, insistindo em uma zona de exclusão aérea sobre seu país, um pedido que ele fez nas últimas duas semanas sem que os EUA ou a Europa se envolvessem até agora.

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Zelenskiy dirigiu-se a vários parlamentos, incluindo o Canadá e a Câmara dos Comuns do Reino Unido, onde seu discurso foi aplaudido.

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Sebastián  Osorio Idárraga

Comunicador social y periodista. Ex Editor de Home en la Revista Semana. Ex periodista económico en Revista Dinero y la Radio Nacional de Colombia. Podcaster.