Gol volta a voar para Flórida em maio apenas com partida de Brasília

Dona de um prejuízo de R$ 682,1 milhões no 4º trimestre, companhia aérea planeja ter voos diários para os EUA a partir de julho

Las aerolíneas brasileñas se parecen a las estadounidenses de hace una década, antes de que la recesión y los altos precios del combustible obligaran a la consolidación y a los recortes de costes, dijo Rob Pickels, analista y gestor de carteras de Manning & Napier. La industria brasileña pasará por un proceso similar que la dejará más sólida financieramente, dijo.
14 de Março, 2022 | 06:23 PM

São Paulo — A Gol volta a voar para os EUA em maio deste ano com quatro frequências semanais partindo do aeroporto de Brasília, um dos seus hubs, para a Flórida (Miami e Orlando), confirmou o presidente da companhia aérea, Paulo Kakinoff, nesta segunda-feira (14), durante teleconferência com analistas e jornalistas. A programação prevê que, a partir de julho, os voos serão diários.

Em novembro passado, antes da onda da variante ômicron, que inibiu o movimento de recuperação do setor de viagens, a empresa já havia anunciado o retorno de suas operações para os EUA, a partir de 13 de maio (Orlando) e 17 de maio (Miami). Desde novembro de 2018, a Gol contempla os dois destinos em sua malha aérea internacional, que foi suspensa em março de 2020 em razão da pandemia da covid.

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A Gol ainda não forneceu datas exatas para o retorno à Flórida também a partir de Manaus e Fortaleza. Os voos para Orlando (13/05/22) decolam às 9h50 da capital federal e aterrissam na Flórida às 17h10, às segundas, quartas, sextas e sábados, mesmos dias da volta, que se dá às 22h45, com pouso às 7h35 no Brasil.

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Para Miami (17/05/22), a partida acontece às 10h e a chegada na cidade americana, às 16h45, sempre às terças, quintas, sábados e domingos. Já o retorno, nos mesmos dias da semana, é às 21h30, com pouso às 6h20 em Brasília.

As rotas internacionais da Gol começaram a ser retomadas em novembro com Montevidéu, no Uruguai, Cancún, no México, e Punta Cana, na República Dominicana, aproveitando o avanço da vacinação no País e às melhorias das condições favoráveis nos destinos atendidos, como a abertura de fronteiras, a necessidade ou não de quarentena, um maior controle da pandemia e a volta segura das atividades turísticas.

Prejuízo

Nesta segunda-feira, a companhia divulgou seu resultado financeiro do quarto trimestre. Houve um prejuízo de R$ 682,1 milhões entre setembro e dezembro. A Gol informou que fechou 2021 com uma liquidez de R$3,7 bilhões. Após o refinanciamento de R$1,2 bilhão de dívidas de curto prazo, anunciado em outubro passado, a companhia encerrou o ano com R$635 milhões de dívida de curto prazo, o menor nível em quatro anos.

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“A Gol não possui amortizações significativas de dívidas nos próximos 12 meses, e tem financiamentos de longo prazo suficientes para a aquisição de novas aeronaves 737 MAX, parte relevante do plano de transformação de frota”, destacou a empresa em comunicado.

“Embora tenhamos passado por mais um ano desafiador, fomos capazes de honrar totalmente nossos compromissos com o mercado global de capitais e amortizar R$ 525 milhões em obrigações de arrendamentos com os lessores, um montante 91,4% superior ao volume do 4T20, alcançando a menor alavancagem entre os nossos pares na indústria, e nossos fornecedores tem continuado a trabalhar construtivamente nesse período de dois anos de liquidez significativamente reduzida”, disse o CFO da Gol, Richard Lark.

Smiles

O faturamento bruto da Smiles, seu programa de milhagem, atingiu R$ 843 milhões no quarto trimestre, um crescimento de 52,3% em um ano.Os benefícios econômicos oriundos da reincorporação da Smiles, estimados em R$ 5 bilhões ao longo dos próximos 10 anos já estão sendo capturados, segundo a companhia. Isso inclui a gestão unificada e dinâmica dos yields e do inventário.

“A gestão integrada de receitas aumentou os volumes de resgates da Smiles. Desde que realinhamos a gestão de inventário no final de junho, a tarifa média dos resgates de nossos clientes cresceu. Isso melhorou a margem de resgate em cerca de 15% e as margens consolidadas da Gol em cerca de 200 pontos base”, comentou Carla Fonseca, vice-presidente da Smiles.

Frota

A Gol também destacou que está acelerando sua transição para o 737-MAX, que representará 30% da sua frota total até o final de 2022. A companhia lembrou ter fechado uma operação de até US$ 600 milhões para financiar 100% da aquisição de 12 novas aeronaves 737 MAX 8 (10 arrendamentos financeiros e dois sale-leasebacks), e para gerar linhas de créditos adicionais para sustentar a devolução das aeronaves 737 NGs.

Como resultado dessa aceleração, a Gol revisou sua previsão dos custos associados à devolução de seus 737-NGs. Considerando as condições e projeções atuais, a Gol registrou uma provisão não recorrente e sem efeito caixa de R$ 1,6 bilhão no resultado do trimestre, referente às devoluções contratuais de 737 NGs que ocorrerão até 2026.

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“A companhia obterá uma redução na idade média de sua frota em mais de três anos e uma diminuição de aproximadamente 8% nos seus custos unitários. Como efeito desta aceleração na modernização da frota atual, a Gol necessitará de poucas extensões contratuais, terá maior previsibilidade na execução de seu cronograma de devoluções de aeronaves 737 NGs, e obterá redução gradual nas despesas de manutenção nos próximos anos”, informou.

Mendoza

A Gol também confirmou hoje que a rota Guarulhos (GRU)-Mendoza (MDZ) volta a contemplar os clientes brasileiros, argentinos e de outras origens a partir de próximo dia 11 de junho. São voos diretos com três frequências semanais de ida e volta à cidade da Argentina, famosa por suas montanhas e vinícolas, aos pés do Aconcágua.

O voo G3 7486 decola em Guarulhos às 10h35, pousando em Mendoza às 14h35. Já o voo G3 7487 sai da cidade argentina às 15h20 e aterrissa no Brasil às 18h50, sempre às terças, quintas e sábados, tanto a ida quanto a volta. A rota será operada pela Gol com a aeronave de última geração Boeing 737-800, que, em configuração internacional, tem capacidade para 176 passageiros.

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Sérgio Ripardo

Jornalista brasileiro com mais de 25 anos de experiência, com passagem por sites de alcance nacional como Folha e R7, cobrindo indicadores econômicos, mercado financeiro e companhias abertas.