Bloomberg Línea — O Ibram (Instituto Brasileiro de Mineradoras) quer que o governo federal se articule para reduzir o “déficit na balança comercial brasileira de fertilizantes” por meio da liberação da atividade mineradora em áreas hoje restritas.
Em nota divulgada nesta quarta-feira (2), a entidade afirma que a principal solução para o problema é a expedição de licenciamento para exploração de potássio no estado do Amazonas. Seria a implantação do Projeto Silvinita, demanda antiga do setor de mineração de liberar a exploração de minérios na foz do Rio Madeira - ideia também defendida hoje pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), que milita pela aprovação de um projeto para liberar a mineração em terras indígenas.
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Para o Ibram, o projeto ganhou mais importância ao longo da última semana por causa da invasão da Ucrânia pela Rússia. O Brasil importa 85% dos fertilizantes usados pelo agronegócio, dos quais 30% vêm da Rússia e 20%, da Bielorrússia. Por causa do conflito, os países suspenderam a venda de fertilizantes ao Brasil.
Segundo levantamento da CNA (Confederação Nacional da Agricultura), a suspensão já elevou o preço do produto em 5,8% na última semana.
Para tirar o Projeto Silvintas do papel, o Ibram sugere a criação de uma força tarefa com órgãos do governo federal, como Ibama, Funai, Agência Nacional de Mineração e Petrobras; parlamentares da comissão de mineração e o governo do Amazonas.
As mineradoras ainda afirmam que outras soluções para o problema seriam “ampliar o investimento em pesquisa geológica focado na descoberta de depósitos de fosfato e principalmente potássio” e reduzir a carga tributária do setor.
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