Serasa Experian investe R$ 11,5 milhões na fintech Payhop

A fintech viabiliza crédito para varejistas comprarem de fornecedores usando recebíveis de cartão como garantia

Os cofundadores da Payop, Eduardo Rossi (CEO) e Arthur Fontana (CTO), têm experiência com crédito B2B, pagamentos e adquirência.
16 de Fevereiro, 2022 | 09:00 AM

A fintech de crédito para varejistas Payhop anunciou nesta quarta-feira (16) que recebeu um aporte de R$ 11,5 milhões liderado pelo braço de investimentos da Serasa Experian. A rodada também teve a participação da Domo Invest e Citrino Gestão.

A Payhop chegou ao mercado por conta da nova norma do Banco Central que, em junho do ano passado, alterou as regras para a operacionalização do registro e negociação de recebíveis de cartão. Isso possibilitou que os varejistas usassem os recebíveis de cartão em aberto como garantia, sem precisar pagar taxas de antecipação. Além da Payhop, a TruePay também surgiu na esteira da nova regulamentação.

Assim, a startup fornece crédito para que o fornecedor venda seu produto sabendo que vai receber, enquanto o varejista não precisa antecipar seus recebíveis de cartão, mas pode usar o que tem a receber como garantia para pagar quando o dinheiro das vendas chegar.

Os cofundadores da empresa, Eduardo Rossi (CEO) e Arthur Fontana (CTO), têm experiência com crédito B2B, pagamentos e adquirência. A Payhop operou oito meses com dinheiro de anjos. Agora, o Serasa trouxe a primeira rodada institucional da startup, dinheiro que será aplicado no desenvolvimento do produto e crescimento comercial.

PUBLICIDADE

“Estamos inseridos no crédito B2B. Para o fornecedor, trabalhamos com essa dor de pedidos que entram na área comercial e são negados. Nesse sentido, a parceria com o Serasa é perfeita porque nos dá acesso a 50 mil distribuidores em todo o Brasil que vendem para varejistas. Como todo negócio B2B, temos o custo de aquisição, o que fica mais facilitado por conta da base do Serasa”, afirma o CEO.

“Esse mercado é muito grande e continua se expandindo. Tem uma pista para a gente correr, crescer e se especializar nesse tipo de solução que beneficia os dois elos da cadeia, o varejista e o fornecedor”, disse.

Fontana lembra que a Payhop construiu uma forma de mitigar a inadimplência na distribuição oferecendo o recebível que o varejista tem como uma garantia para o pagamento ao fornecedor. É como se para o fornecedor o modelo fosse uma garantia as a service e para o varejista um modelo de “buy now, pay later”.

PUBLICIDADE

Com a nova regulamentação, o Banco Central espera baratear o custo de crédito para os pequenos varejistas. Assim, o modelo de negócio da Payhop cobra uma taxa do fornecedor. “Porque viabilizamos vendas adicionais que eles não fariam”, explica Rossi.

A empresa espera crescer 10 vezes este ano e atingir 200 fornecedores com 40 pessoas no time.

Leia também:

Com 9 meses de operação, Inventa recebe US$ 20 mi da Monashees e a16z

Creditas expande operações de seminovos em São Paulo e Rio

Isabela  Fleischmann

Jornalista brasileira especializada na cobertura de tecnologia, inovação e startups