Creditas expande operações de seminovos em São Paulo e Rio

Na disputa com a Kavak pelo mercado de carros usados, a fintech anuncia a inauguração de oito unidades físicas

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O unicórnio de serviços financeiros Creditas lançou sua operação de compra, venda, troca e financiamento de carros seminovos no ano passado, quando montou seu centro de recondicionamento de veículos em Barueri e showrooms na cidade de São Paulo. Em julho de 2021, a fintech comprou a plataforma de negociação de seminovos Volanty, que já tinha operações no Rio de Janeiro, com duas lojas de rua e mais quatro unidades em São Paulo.

A startup trocou as lojas de rua da Volanty por lojas maiores e fez uma série de inaugurações no final do ano passado. Agora, a Creditas Auto conta com espaços físicos nos shoppings Cidade São Paulo, Metrô Santa Cruz, e novas unidades nos shoppings Jardim Sul, West Plaza, Tietê Plaza e WTC/D&D. A empresa também tem lojas em São Bernardo do Campo, no São Bernardo Plaza Shopping, e em Jundiaí, no Jundiaí Shopping.

No Rio de Janeiro, as novas unidades estão localizadas no Shopping Metropolitano Barra e no Edifício Garagem Menezes Côrtes. No final do mês passado, a rival Kavak também anunciou sua entrada no Rio de Janeiro, onde pretende investir R$ 550 milhões.

“Estamos com uma estrutura legal para atender bem as duas cidades e obviamente estamos trabalhando em novas inaugurações”, explica Fabio Zveibil, VP de Consumer Solutions da Creditas, em entrevista com a Bloomberg Línea.

A Creditas Auto funciona de maneira omnichannel, comercializando veículos por meio de uma plataforma digital e espaços físicos. É possível entregar os carros comprados por e-commerce “em qualquer lugar”, segundo Zveibil.

“Se o cliente prefere fazer o processo digital a gente faz, fazemos presencialmente, por telefone, por vídeo, e entregamos na casa do cliente. Se o cliente quiser vender o carro para mim, ele pode agendar uma inspeção e vamos na casa dele, compramos o carro, pagamos na hora e normalmente ele entrega em um ponto físico, ou também buscamos na casa dele. Fazemos os dois modelos, se o cliente quiser uma experiência digital, ele tem, mas se ele quiser fisicamente ver o carro, ele vai em uma das lojas”, disse.

Quanto mais lojas, maior capilaridade. Diferentemente de seu competidor mexicano Kavak, a Creditas compra tanto de pessoas físicas quanto jurídicas. “Preferencialmente compramos de pessoas físicas, mas também compramos de locadoras e lojas”, disse Zveibil.

Os carros, que vêm de canais diversos, complementam o inventário de cerca de 3 mil veículos da startup. Desses, 1.800 estão disponíveis para a venda no site. “[A diferença de 1.200 é que] São carros que estão em processo, que já foram comprados e falta entregar ou estão em processo de transferência de documentação”.

Quando a Creditas compra o carro, ela checa 250 itens para garantir que o veículo esteja em boas condições, fazendo a revisão da parte mecânica, elétrica, trocando peças e arrumando a parte estética. O cliente pode testar o carro por dez dias ou 500km, e, se não gostar, devolver. A startup também concede garantia vitalícia para o carro, desde que o cliente siga o manual de garantia e faça as revisões do veículo. “Esses diferenciais tiram aquela dor do cliente de não saber o que está comprando”, ressalta o VP.

O negócio principal da Creditas é a concessão de crédito. O que começou com “empréstimo com o carro como garantia”, incorporou a unidade de transações de seminovos e seguros de automóveis. Assim, a Creditas faz o próprio financiamento dos seminovos que vende, mas também tem parceria com outros bancos. A fintech ainda não divulga números e vendas de sua unidade Creditas Auto.

Em janeiro, as vendas de carros usados caíram 29,9% em comparação com dezembro de 2021, segundo a Fenauto (Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores). De acordo com a entidade, a comercialização de veículos usados no mês passado no Brasil foi inferior ao registrado no mesmo período em outros anos, resultado de uma maior cautela dos consumidores em relação à economia.

Para a federação, o aumento dos compromissos com impostos e outras despesas, comuns no começo de ano, podem influenciar e fazer oscilar os índices de confiança do consumidor na economia, afetando as vendas no começo do ano.

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