Bloomberg — Aos olhos da Visa Inc. (V) e da Mastercard Inc. (MA), os consumidores estão aprendendo a conviver com a pandemia.
Ambas as redes de pagamentos informaram nesta quinta-feira que os gastos com seus cartões atingiram um recorde nos últimos três meses do ano passado, mesmo quando a variante ômicron, altamente contagiosa, interrompeu as viagens e provocou novas rodadas de lockdown.
As transações feitas por meio da rede da Visa subiram 20% para US$ 2,97 trilhões em seu primeiro trimestre fiscal, enquanto o volume de compras da Mastercard saltou 27% para US$ 1,66 trilhão.
Antes que a ômicron começasse a assustar, os dois gigantes dos pagamentos estavam se beneficiando à medida que as economias ao redor do mundo reabriam lentamente e os consumidores voltavam a viajar e a jantar fora. Embora ambas as empresas tenham visto nas últimas semanas uma ligeira queda no crescimento dos gastos com seus cartões, os executivos disseram que o impacto provavelmente seria de curta duração.
“As pessoas agora estão aprendendo a viver suas vidas com o vírus e simplesmente não vemos o mesmo impacto que você poderia ter visto no início da pandemia”, disse o diretor financeiro da Visa, Vasant Prabhu, em entrevista. “O impacto do omicron foi relativamente leve e rápido de passar.”
Volumes de pagamento disparam
Após dois meses durante os quais os casos de coronavírus dispararam, eles começaram a cair em todo o país, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA. Globalmente, os governos começaram a suspender as restrições de bloqueio e reabrir as fronteiras, estimulando os consumidores a gastar mais.
As ações da Visa, com sede em São Francisco, saltaram 2,5% no after market em Nova York, após fechar o dia com alta de 0,1%. Já os papéis da Mastercard avançaram 1,7%, para US$ 350,53 no fechamento.
Embora o volume internacional na rede da Mastercard tenha subido 53% nos últimos três meses do ano, superando a média de 49% das estimativas dos analistas, a empresa alertou que o crescimento nas primeiras três semanas deste ano desacelerou para 47%. Esses gastos são tipicamente mais lucrativos para ambas as redes, tornando-se uma métrica observada de perto pelos investidores.
“Esperamos que isso seja de curta duração porque, à medida que o vírus diminui, as pessoas saem e viajam novamente”, disse o diretor financeiro da Mastercard, Sachin Mehra, em entrevista. “As pessoas demonstraram ao longo de 2021 que, quando têm a permissão de viajar, realmente foram em frente e fizeram isso.”
A Mastercard, com sede em Purchase, Nova York, agora acredita que a receita líquida do primeiro trimestre aumentará em uma porcentagem na “high teens”, enquanto as despesas operacionais aumentarão em uma porcentagem na “low teens”, disse a empresa em comunicado nesta quinta-feira. Os analistas previam que a receita aumentaria 22% e esperavam um salto de 15% nas despesas.
Na Visa, a empresa agora espera que a receita aumente em uma porcentagem “high tens”, uma melhoria em relação às diretrizes anteriores, enquanto as despesas operacionais podem aumentar em uma porcentagem na faixa entre “high end and middle teens”.
O ano “começou de forma excelente”, disse Prabhu a analistas em uma teleconferência. “Esperamos que nosso crescimento este ano seja bem acima da taxa pré-covid, à medida que a economia se recupere.”
--Com a ajuda de Karen Lin.
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