Investidor aciona aversão ao risco e Ibovespa oscila

Títulos do Tesouro americano caíram ao longo da curva, elevando os rendimentos aos maiores níveis desde o início da pandemia

No cenário doméstico, a preocupação é com a promessa de paralisação de servidores públicos pedindo por reajustes
18 de Janeiro, 2022 | 11:19 AM

Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) oscila na primeira hora de pregão desta terça-feira (18), em dia de sessão sangrenta nos índices da Europa e nos futuros dos Estados Unidos, com balanços decepcionantes e a disparada do rendimento dos títulos do Tesouro americano.

Os títulos do Tesouro caíram ao longo da curva, elevando os rendimentos aos maiores níveis desde o início da pandemia. Os movimentos se espalharam por outros países, com os rendimentos de referência alemães subindo para um ponto-base de se tornarem positivos pela primeira vez desde maio de 2019.

Os futuros do Nasdaq e as ações de tecnologia, como Apple e Tesla, caíam nas negociações de pré-mercado dos EUA. Os papéis de tecnológicas também lideravam o recuo na Europa, enquanto as ações de energia e as ações sauditas subiram com o petróleo Brent avançando para o nível mais alto em sete anos.

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Enquanto isso, no cenário doméstico, a preocupação é com a promessa de paralisação de servidores públicos pedindo por reajustes. Manifestações estão marcadas para a manhã de hoje (18) em frente ao Ministério da Economia e devem ter ao menos 29 categorias, conforme a Folha. Ainda de acordo com o jornal, os representantes alertam que devem realizar novos atos em fevereiro caso não recebam respostas do Executivo nesta terça.

  • Perto das 11h00, o Ibovespa subia 0,11%, a 106.487 pontos
    • PetroRio (PRIO3) e Gerdau (GGBR4) eram as maiores altas do índice, enquanto Locaweb (LWSA3) e Alpargatas (ALPA4) lideravam a ponta oposta
  • O dólar caía 0,05%, a R$ 5,528, e os vencimentos dos juros recuavam. O DI para janeiro de 2023 caía de 12,015% para 12,010%
  • Nos EUA, o futuro do Dow Jones recuava 0,81%, do S&P 500, 0,95%, e do Nasdaq, 1,50%

Contexto

Lá fora, as ações de bancos recuam no pré-mercado depois que o Goldman Sachs divulgou uma receita de negociação pior do que o esperado no quarto trimestre. O recuo da ação do Goldman carregava ainda seus pares como Bank of America, JPMorgan e Morgan Stanley.

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As ações globais tiveram um início de ano volátil, com os investidores mudando de setores mais caros e sensíveis aos juros, como tecnologia, por ações mais baratas, chamadas de valor. A pesquisa com gerentes de fundos globais do Bank of America em janeiro mostrou que a alocação líquida para o setor de tecnologia caiu 20% mês a mês, para 1%, o menor desde 2008, embora eles esperem que a inflação caia este ano e estejam fazendo apostas recordes em um boom de tanto commodities quanto ações em geral.

(Com informações de Bloomberg News)

Kariny Leal

Jornalista carioca, formada pela UFRJ, especializada em cobertura econômica e em tempo real, com passagens pela Bloomberg News e Forbes Brasil. Kariny cobre o mercado financeiro e a economia brasileira para a Bloomberg Línea.