Quem são os magnatas da Flórida que compraram times de futebol

Em ano de Copa do Mundo, conheça os financistas com participação significativa no futebol europeu

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Bloomberg — A propriedade de times de futebol europeu provavelmente pode ser discutida tanto em uma churrascaria de Miami Beach quanto nos restaurantes luxuosos de Londres, Milão ou Paris.

As políticas favoráveis ao comércio da Flórida atraíram financistas e empreendedores, incluindo um grupo que injetou recursos no esporte favorito do mundo. Entre eles está John Textor, que acaba de concluir a compra de 80% do clube belga RWD Molenbeek por meio de seu veículo de investimento esportivo Eagle Football.

Outros investidores loucos por futebol com sede no sul da Flórida são Paul Conway e Chien Lee, fundadores do Pacific Media Group, Josh Wander, sócio-gerente da 777 Partners, e Randy Frankel, coproprietário do time de beisebol Tampa Bay Rays.

Cada vez mais investidores profissionais se mudam para o sul da Flórida – e eles adoram futebol”, disse Lee em entrevista. “O futebol é um investimento de classe de ativos atraente e bom”.

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Conway, que se reúne com seus contatos para discutir a evolução do futebol em locais de Miami Beach, incluindo a churrascaria favorita das celebridades Prime 112 ou o Joe’s Stone Crab, também desempenhou um papel no negócio do RWD Molenbeek.

“Ele agiu como um amigo”, disse Textor, morador de Jupiter Island. “Ele é um recurso fantástico e até foi para a Bélgica comigo para me apresentar aos donos do time”.

Conway, Lee e Textor defendem o modelo de propriedade multiclubes, que ficou popular como forma de desenvolver talentos sem a necessidade de altas taxas de transferência de atletas. A Pacific Media passou os últimos anos comprando participações em times de toda a Europa, ao passo que Textor já investiu no Crystal Palace FC da Premier League do Reino Unido.

“Os americanos vão possuir cada vez mais times de futebol europeus”, disse Conway. “Muitas coisas passarão por acordos multiclubes, nos quais quando um clube tem dificuldades, os outros podem ajudá-lo”.

Existem cerca de 60 grupos multiclubes em todo o mundo, quase dois terços destes surgiram desde 2018, de acordo com o Centro Internacional de Estudos Esportivos (CIES). Os proponentes da estratégia apontam para sinergias de custos e o potencial de fechar acordos de patrocínio mais lucrativos. Críticos, incluindo o órgão de torcedores Supporters Direct Europe, afirmam que o processo sufoca a competição e cria times de base sem perspectiva real de sucesso.

Confira quais são os principais investidores americanos que estão comprando times de futebol europeus.

John Textor, fundador da Eagle Football

Considerado o “guru da realidade virtual” pela revista Forbes em 2016, Textor é CEO de da empresa de imagem digital e animação humana Facebank. Ele ganhou destaque no mundo do futebol europeu em 2021 ao adquirir uma participação no Crystal Palace.

O time do sul de Londres está lentamente conquistando uma reputação emocionante sob a orientação do francês Patrick Vieira, campeão da Copa do Mundo instalado no verão passado, e agora pode se beneficiar do talento desenvolvido no RWD Molenbeek.

Se quiser desenvolver uma estratégia multiclubes, é necessário ter uma pegada global de identificação de talentos em um mercado respeitado pelo Reino Unido”, afirmou Textor. “O nível é muito alto na Bélgica, que fica a apenas duas horas de Londres”.

Nomeado em parte para o emblema do clube do Crystal Palace, o veículo de Textor, a Eagle, também está em negociações para comprar uma participação minoritária no SL Benfica, gigante do futebol com sede em Lisboa, Portugal, contou Textor. Fora da Europa, a Eagle agora detém 90% do Botafogo por meio de um acordo de US$ 330 milhões concluído esta semana, disse.

Paul Conway e Chien Lee, cofundadores do Pacific Media Group

O elenco de futebol da Pacific Media inclui participações no AS Nancy da França, Barnsley FC no Reino Unido, Esbjerg FB da Dinamarca, FC Thun da Suíça e KV Oostende na Bélgica.

Ex-banqueiro da Oppenheimer & Co., Conway defende o estilo de alta pressão que se tornou popular nas principais ligas da Europa. Garantir uma abordagem comum para jogar dessa maneira significa que é fácil mover os jogadores pelos clubes se e quando necessário.

Seus times dependem muito da análise de dados ao recrutar e desenvolver jovens talentos. Billy Beane, o ex-jogador de beisebol americano que foi pioneiro em um modelo semelhante durante seu tempo à frente do Oakland Athletics da Califórnia – história recontada no livro de 2003 de Michael Lewis “Moneyball” – foi um investidor do Barnsley, de acordo com Conway.

O Barnsley se classificou para os play-offs do campeonato na última temporada, ficando mais próximo da lucrativa Premier League. A tentativa não foi bem-sucedida e agora o time busca evitar o rebaixamento da segunda divisão do futebol inglês. O Nancy e o Oostende também passam por dificuldades: ambos estão na metade de baixo de suas respectivas tabelas na França e na Bélgica.

Conway é paciente. “Há altos e baixos ao longo de cada temporada”, disse ele. “Nosso objetivo é desenvolver um clube de maneira sustentável, além de sermos um bom guardião da comunidade local”.

Josh Wander, cofundador da 777 Partners

A 777, de Wander, criou um portfólio de ativos esportivos que inclui serviços de streaming e investimentos no basquete britânico. A empresa visa negócios subvalorizados com conexões profundas com torcedores, segundo seu site; no que diz respeito ao futebol, Wander escolheu dois dos clubes mais históricos da Europa.

Em setembro, a 777 adquiriu o time de futebol mais antigo da Itália, o Genoa Cricket and Football Club, comumente conhecido como Genoa. A empresa já detinha uma participação minoritária no Sevilla FC, um dos clubes mais bem-sucedidos da Espanha.

Wander conheceu Conway e Jim Pallotta, ex-proprietário do clube de futebol italiano AS Roma, em Miami. Ele afirmou que está negociando a compra de mais times de futebol na Europa e em outros locais.

Contar com pessoas inteligentes e honestas no futebol do global é bom para as ligas”, disse.

Embora a lenda do futebol ucraniano Andriy Shevchenko tenha sido nomeado técnico do Genoa no ano passado, o time venceu apenas um jogo na atual campanha da liga e corre o risco de ser rebaixado da Série A no final da temporada.

Randy Frankel, Josh Harris

Frankel, cidadão de Miami, vem mergulhando no futebol europeu por meio de investimentos ao lado de Conway. Através da Partners Path Capital, dirigida pelo ex-executivo do Tampa Bay Rays, Michael Kalt, Frankel se envolveu em acordos da Pacific Media, incluindo nos negócios do Nancy e do Oostende.

“Neste momento, nós e a Pacific Media somos bons parceiros”, disse. Frankel, ex-funcionário do Goldman Sachs Group (GS), desfruta de um grande número de pessoas querendo firmar parcerias no futebol europeu e também gosta do modelo multiclubes, que, segundo ele, permite que um investidor aprenda coisas de diferentes países e seus povos.

Josh Harris, cofundador da gigante de private equity Apollo Global Management, comprou uma mansão de US$ 32 milhões em Miami no ano passado. Assim como Textor, ele faz parte do conselho do Crystal Palace. Harris encerrou três décadas na Apollo em 2021 após perder o cargo principal da empresa. Ele é cofundador da Harris Blitzer Sports & Entertainment, que administra juntamente com o negociador da Blackstone David Blitzer, que também tem participação significativa no Crystal Palace.

--Esta notícia foi traduzida por Bianca Carlos, localization specialist da Bloomberg Línea.

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