Com feriado nos EUA e liquidez fraca, Ibovespa fecha no vermelho

Além da expectativa pelos resultados corporativos, o cenário local soma ainda as incertezas políticas domésticas

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17 de Janeiro, 2022 | 06:21 PM

Bloomberg Línea — Com parte dos estrangeiros de fora das negociações na sessão desta segunda (17), por conta do feriado nos Estados Unidos do dia de Martin Luther King Jr., os mercados locais tiveram um dia mais calmo e sem grandes emoções. O Ibovespa (IBOV) fechou no vermelho, recuando da alta registrada na sexta-feira (14), e com volume de R$ 11,5 bilhões.

A expectativa é que o mercado opere nesta semana de olho na temporada de balanços, que ganha corpo na Europa e nos EUA. Os bancos de Wall Street inauguraram a temporada de balanços com resultados mistos na semana passada, decepcionando investidores e esfriando expectativas de lucro para este ano.

  • O Ibovespa fechou em queda de 0,52%, a 106.373 pontos
    • Braskem (BRKM5), GPA (PCAR3) e Alpargatas (ALPA4) foram as maiores quedas do índice
    • A BRF (BRFS3), que, segundo a Bloomberg News, escolheu um grupo de 11 bancos para coordenar uma oferta subsequente de ações, fechou em alta de 0,21%. A companhia pode levantar até R$ 7,9 bilhões, disseram pessoas familiarizadas com o assunto.
  • O dólar caiu 0,17%, a R$ 5,542, enquanto os vencimentos dos juros avançaram. O DI para janeiro de 2023 subiu de 11,940% para 12,015%
  • Com mercados americanos fechados, os índices da Europa refletiram o noticiário corporativo favorável e fecharam no azul

Contexto

Além da expectativa pelos resultados corporativos, o cenário local soma ainda as incertezas políticas domésticas. Líderes sindicais de servidores públicos preparam paralisações em todo o país pedindo reajustes salariais.

Uma paralisação de servidores da Receita está programada para amanhã (18) em frente ao ministério da Economia e à sede do BC. Os representantes do sindicado dos auditores fiscais classificaram de “frustrante” a reunião feita com o ministro Paulo Guedes na última semana. Ao menos 19 categorias de servidores podem começar a paralisar atividades para elevar a pressão por reajustes salariais, segundo a Folha.

Kariny Leal

Jornalista carioca, formada pela UFRJ, especializada em cobertura econômica e em tempo real, com passagens pela Bloomberg News e Forbes Brasil. Kariny cobre o mercado financeiro e a economia brasileira para a Bloomberg Línea.