Lula lidera pesquisa Genial/Quaest; emprego e covid preocupam brasileiros

Auxílio dado pelo governo na pandemia não foi suficiente para aumentar significativamente a popularidade do presidente

À medida que a variante ômicron varre o país e os números de casos aumentam, 28% dos entrevistados disseram que a pandemia é a principal preocupação, acima dos 19% no mês passado
Por Andrew Rosati
12 de Janeiro, 2022 | 02:58 PM

Bloomberg — As preocupações dos brasileiros com o desemprego e o último surto de covid-19 continuam a prejudicar a popularidade de Jair Bolsonaro, segundo uma pesquisa, deixando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no caminho certo para vencer as eleições deste ano.

A economia é o maior problema do país, segundo 37% dos entrevistados pela Genial Investimentos e pela Quaest Consultoria. O desemprego foi sua principal preocupação, seguido pela taxa de crescimento econômico e depois pela inflação.

A atual administração tentou aliviar a dor econômica da pandemia por meio de programas de assistência do governo. Apesar dos pagamentos em dinheiro aos pobres em dezembro, 51% dos entrevistados disseram que sua capacidade de fazer face às despesas piorou nos últimos três meses. O Brasil encerrou 2021 com a recuperação estagnada e a inflação acima de 10%.

A ajuda também não foi suficiente para aumentar significativamente a popularidade do presidente. Em um confronto direto para a eleição de outubro, 44% dos brasileiros entrevistados disseram que apoiariam Lula, enquanto 23% eram a favor de Bolsonaro, números que se mantiveram relativamente estáveis desde a última pesquisa em dezembro, quando Lula liderava com 46% a 24. %.

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À medida que a variante ômicron varre o país e os números de casos aumentam, os temores sobre o vírus também aumentam: 28% dos entrevistados disseram que a pandemia é sua principal preocupação, acima dos 19% no mês passado.

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Bolsonaro tentou minimizar o perigo do último aumento nas infecções por covid, dizendo ao site Gazeta Brasil nesta quarta-feira (12) que a ômicron era “bem-vinda” no país.

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“As pessoas que realmente entendem dizem que tem uma capacidade muito alta de se espalhar, mas uma letalidade muito pequena”, disse ele na entrevista. “Dizem que pode até ser um vírus vacinal”, acrescentou, observando que alguns especialistas “dizem que a ômicron é bem-vinda e pode sinalizar o fim da pandemia”.

O Brasil sofreu um dos piores números de pandemia do mundo, com mais de 600.000 pessoas mortas pelo vírus, perdendo apenas para os EUA.

A pesquisa com 2.000 pessoas foi realizada digitalmente de 6 a 9 de janeiro e tem uma margem de erro de 2%. A eleição para presidente está marcada para 2 de outubro.

-- Com assistência de Isadora Calumby.

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