México planeja deixar de exportar de petróleo em 2023

Pemex reduzirá exportações para 435 mil barris por dia em 2022 antes de eliminar gradualmente as vendas externas

No mês passado, a empresa mexicana vendeu ao exterior pouco mais de um milhão de barris diários
Por Amy Stillman
28 de Dezembro, 2021 | 03:14 PM

Bloomberg — O México planeja deixar de exportar petróleo em 2023 como parte da estratégia do governo de Andrés Manuel López Obrador de alcançar a autossuficiência no mercado nacional de combustíveis.

A estatal Petróleos Mexicanos, ou Pemex, reduzirá as exportações de petróleo para 435 mil barris por dia em 2022 antes de eliminar gradualmente as vendas a clientes no exterior no ano seguinte, disse o CEO Octavio Romero, durante coletiva de imprensa na Cidade do México nesta terça-feira (28).

A medida faz parte de uma iniciativa de López Obrador para expandir a produção doméstica de combustíveis no México, em vez de exportar petróleo e importar produtos refinados caros, como gasolina e diesel. O México atualmente compra a maior parte dos combustíveis que consome de refinarias dos Estados Unidos.

Se cumprida, a promessa da Pemex marcará a retirada do mercado internacional de petróleo de um de seus players mais proeminentes nas últimas décadas. Em seu auge em 2004, a Pemex exportou quase 1,9 milhão de barris por dia para refinarias do Japão à Índia, e participou de reuniões da Organização dos Países Exportadores de Petróleo como observadora.

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No mês passado, a empresa mexicana vendeu ao exterior pouco mais de um milhão de barris diários, segundo dados da Pemex.

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A Pemex aumentará o processamento doméstico de petróleo, que alcançará 1,51 milhão de barris por dia em 2022 e 2 milhões de barris diários em 2023, disse Romero. A empresa mexicana planeja destinar toda a produção às suas seis refinarias, incluindo uma instalação em construção no estado de Tabasco, no sudeste, e outra sendo comprada nos arredores de Houston, Texas. Essa unidade é considerada parte do sistema de refino do México, mesmo localizada na fronteira com os EUA.

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Refinarias asiáticas, que respondem por mais de 25% das exportações mexicanas de petróleo, devem sentir o maior impacto dos cortes nas exportações. As reduções devem atingir refinarias na Coreia do Sul e na Índia com mais força, com cortes menores para compradores nos EUA e na Europa, conforme a Pemex reverte planos de diversificar além do mercado dos EUA.

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