Bloomberg — O bitcoin intensifica a queda em dezembro e segue um caminho distinto de outros ativos de risco, como ações e títulos com grau especulativo, que continuam a registrar ganhos.
O token chegou a cair 6,5% nesta terça-feira (28) e era negociado a cerca de US$ 47.760 perto das 14h40, horário de Brasília. O ether, a segunda maior moeda, e o índice Bloomberg Galaxy Crypto também entraram em terreno negativo, ambos com queda de aproximadamente 7%. Tokens menores como solana, cardano, polkadot e dogecoin também perdiam terreno hoje, de acordo com o rastreador CoinGecko.
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Investidores têm evitado alguns segmentos mais especulativos dos mercados globais recentemente, com o receio de que a retirada do estímulo dos bancos centrais traga problemas. O grau de exposição do bitcoin e do universo mais amplo de ativos digitais a esse risco é assunto de debate. Enquanto isso, com o Federal Reserve disposto a controlar os preços, o apelo do bitcoin entre aqueles que veem a criptomoeda como um possível hedge contra a inflação pode ser menor.
Matt Maley, estrategista-chefe de mercado da Miller Tabak + Co., disse que é estranho ver criptomoedas sendo vendidas no fim do ano, porque muitas foram grandes vencedoras em 2021, apesar das recentes ondas de turbulência. Mas investidores institucionais podem estar por trás das quedas desta semana, avalia.
Se esses investidores chegaram tarde à festa, “seus ganhos em criptomoedas não são tão altos. Na verdade, alguns deles provavelmente têm perdas”, disse Maley. “Portanto, podem reduzir um pouco suas posições e aumentar a exposição” a outros ativos, como ações.
O bitcoin tem acompanhado a tendência de ativos mais arriscados, como ações dos EUA neste ano, embora esse padrão pareça estar mudando neste mês. O índice S&P 500 subiu cerca de 5% no acumulado de dezembro, enquanto o bitcoin perdeu em torno de 16%, seu pior desempenho mensal desde maio. Este é o primeiro mês desde junho em que os desempenhos divergem.
Estudos técnicos sugerem um ponto de inflexão para o bitcoin após um recuo da máxima de quase US$ 69.000 em novembro, que reduziu seu avanço no ano para quase 70% em relação a mais de 100% no pico.
Além disso, em três ocasiões o bitcoin não conseguiu ultrapassar significativamente os US$ 52.000. Isso aconteceu brevemente na segunda-feira, antes de terminar a sessão muito abaixo desse nível. Mas a moeda pode encontrar suporte em sua média móvel de 200 dias, em torno de US$ 47.600.
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Katie Stockton, fundadora e sócia-gerente da Fairlead Strategies, uma empresa de pesquisa independente com foco em avaliação técnica, diz que o próximo nível de suporte do bitcoin é de cerca de US$ 44.200, com base na análise de Fibonacci.
O nível de US$ 50.000 não é tão importante em sua opinião, “mas tem um significado psicológico”, disse. “O bitcoin está em fase de consolidação e parece estar reagindo à condição de sobrecompra de curto prazo.”
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