Bank of Montreal compra Bank of the West por US$ 16,3 bilhões

Aquisição amplia a presença de varejo para o oeste dos EUA ao mesmo tempo em que aumenta sua já considerável rede comercial

Vendedor planeja fazer uma distribuição extraordinária aos acionistas para compensar o lucro diluído por ação
Por Alexandre Rajbhandari
20 de Dezembro, 2021 | 12:30 PM

Bloomberg — O Bank of Montreal concordou em comprar a unidade do Bank of the West do BNP Paribas por US$ 16,3 bilhões, ampliando sua presença nos Estados Unidos e dando à instituição francesa um lucro inesperado antes de seu novo plano estratégico.

O BMO vai financiar a transação, que deve agregar 1,8 milhão de clientes no fechamento do próximo ano, em dinheiro e principalmente com excesso de capital, segundo comunicado divulgado nesta segunda-feira (20). A Bloomberg já havia adiantado o interesse pelo negócio por parte do banco canadense.

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“A aquisição adicionará uma escala significativa, expansão para mercados atrativos e recursos que nos permitirão impulsionar maior crescimento, retornos e eficiências”, disse o CEO do BMO, Darryl White, em comunicado.

CEO do Bank of Montreal

A aquisição estende a presença do banco no varejo do oeste dos EUA, ao mesmo tempo em que aumenta seu a sua já considerável rede comercial. O banco – quarto maior do Canadá em ativos – já possui uma presença significativa em todo o Meio-Oeste desde a aquisição da Harris Bankcorp na década de 1980 e da aquisição da Marshall & Ilsley há uma década.

O BNP Paribas usará os recursos da venda para recompra de ações, investimentos e negócios complementares, disse o banco com sede em Paris. O negócio vai gerar um ganho de capital líquido de cerca de 2,9 bilhões de euros (US$ 3,3 bilhões) e acrescentar cerca de 170 pontos base ao índice de capital nível 1 (CET1) do credor.

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O BNP planeja fazer uma distribuição extraordinária aos acionistas por meio de recompra para compensar o lucro diluído por ação. O valor pode chegar a cerca de 4 bilhões de euros. O BNP espera receber mais 7 bilhões de euros por meio de crescimento orgânico, investimentos em tecnologia e aquisições complementares.

O que diz a Bloomberg Intelligence

Acreditamos que compra da subsidiária do BNP Paribas Bank of the West pelo Bank of Montreal por US$ 16,3 bilhões em dinheiro está no topo das expectativas, com alto potencial para transmitir benefícios financeiros e estratégicos. O negócio apoiará fusões e aquisições na Europa, bem como investimento em tecnologia e crescimento orgânico, e deve financiar uma recompra de 4 bilhões de euros no fechamento em 2022.

-- Jonathan Tyce, analista bancário da BI

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As ações do banco francês subiram até 1,6% no início das negociações de Paris, mas fecharam com alta de 0,5%, elevando os ganhos deste ano para 31%.

A transação se soma a uma série de negócios envolvendo instituições do setor bancário dos EUA à medida que aproveitam a ambição de bancos regionais para competir no varejo com os gigantes de Wall Street. Em 2020, o Banco Bilbao Vizcaya Argentaria vendeu suas operações bancárias nos EUA por US$ 11,6 bilhões, seguido este ano pelo MUFG Bank, que vendeu sua franquia nos EUA por US$ 8 bilhões.

Os valuations de bancos dos EUA, já inflados pela atual onda de consolidação, também foram impulsionados pela guinada hawkish do Federal Reserve, destinada a conter a inflação. Enquanto isso, na Europa, a consolidação bancária estagnou: requisitos de capital mais elevados são um obstáculo para grandes negócios internacionais, mesmo quando os mercados permanecem fragmentados.

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O programa de recompra de ações de 900 milhões de euros do BNP terminou em dezembro, e o banco deve atualizar as metas e possivelmente anunciar novos planos de retorno de capital no início do próximo ano. A UniCredit da Itália viu suas ações saltarem no início deste mês, depois que a CEO Andrea Orcel anunciou um enorme programa de recompra.

--Com assistência de Kevin Orland.

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