Como o NFT sacudiu o mercado de arte em 2021

Artistas falam sobre a experiência com o non-fungible token e seu impacto no mercado global

NFTs ajudam artistas digitais a ampliar vendas e ganhar mais mercado
Tempo de leitura: 2 minutos

Por Matheus Mans para o Mercado Bitcoin

Foi em março de 2021 que o mercado de arte arregalou os olhos para uma movimentação inédita. A tradicional galeria Christie’s, uma das mais importantes casas de leilão do mundo, fundada em 1766, com sede em Londres e presença em pouco mais de 30 países, fez o primeiro leilão de sua história de uma obra virtual: Everydays: The First 5,000 Days, uma colagem digital do artista americano Mike Winkelmann, conhecido como Beeple.

A obra acabou sendo vendida por US$ 69,3 milhões. Foi, talvez, a primeira vez que um NFT saiu da bolha das criptomoedas. Muitos tentaram entender como uma obra digital, que não existe no espaço físico, havia sido comercializada por valor tão alto e, acima de tudo, com tanta concorrência ao seu redor.

Mas o tempo mostrou como uma sigla de apenas três letras pôde sacudir o mercado de arte como há tempos não se via. Quebrando todos os preceitos desse tradicional negócio, o NFT é um token construído em cima da blockchain Ethereum, se tornando único e não intercambiável. Raro e colecionável, portanto.

“Antes ninguém do mundo da arte dava muita bola para os NFTs. Agora, as maiores casas de leilão embarcaram nisso e o mercado está seguindo a liderança delas. Existe o antes e o depois da venda do Beeple, obra digital mais cara do mundo”, diz André Holzmeister, artista brasileiro.

Outro nome brasileiro que ganhou força no setor de NFT é Monica Rizzolli, que, em setembro, arrecadou 1.623 ether, o equivalente a quase R$ 28,4 milhões, em um leilão de NFTs. Para ela, há alguns outros efeitos nessa nova relação entre artistas e mundo digital.

“Primeiro, facilita a autentificação e comercialização de obras digitais. Segundo, promove a divulgação de conceitos pouco conhecidos, como arte generativa e realidade aumentada. Terceiro: faz com que a gente repense as relações de todos os agentes nesse mercado. Quarto: o NFT cria mais mercados, já que obras nativas digitais apresentam novas maneiras de serem transportadas, armazenadas, mantidas. E, por fim, a arte digital promove uma reflexão significativa sobre os direitos autorais”, diz Monica.

Conhecer o NFT

A artista, no entanto, chama a atenção para o fato de que ainda há um longo caminho a ser percorrido antes de o NFT alcançar mais pessoas. “É necessário que a gente invista na educação básica, promova a literacia digital e dê acesso universal ao hardware e à internet. Sem isso, é impossível que as pessoas entendam o que é NFT. Esse é um dos maiores desafios”, afirma.

Apesar dessa necessidade em fazer o conceito de NFT ir além do circuito da criptomoeda e dos artistas, com mais recursos para as pessoas entenderem e até fazerem as suas próprias obras digitais, as perspectivas são positivas para esse mercado. À medida que o segmento de criptomoedas amadurece, o de NFTs caminha junto, lado a lado.

“Eu não me atrevo a dar uma previsão. Projetos nascerão e morrerão, moedas serão criadas e irão falir, mas uma coisa é certa: o NFT veio para ficar e eles resolvem problemas práticos da nova economia digital. Esse progresso é imparável”, diz André.

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