Candidata de esquerda em Honduras afirma vitória com ampla vantagem

Xiomara Castro teve 53% de apoio, em comparação com 34% para Nasry Asfura, com mais de 40% das cédulas apuradas

La candidata de Izquierda se proclamó ganadora de las elecciones en Honduras.
Por Michael McDonald
29 de Novembro, 2021 | 01:25 PM

Bloomberg — A candidata da oposição de esquerda, Xiomara Castro, reivindicou vitória na eleição presidencial hondurenha, depois que resultados preliminares mostraram que ela está a caminho de uma vitória esmagadora sobre o partido no poder.

Ela teve 53% de apoio, em comparação com 34% para Nasry Asfura, do partido no poder, com mais de 40% das cédulas apuradas, informou a autoridade eleitoral na noite de domingo (28). Às 23h30 (horário local), Asfura ainda não quis admitir a suposta derrota, e disse anteriormente que todos os votos devem ser contados.

Castro, de 62 anos, prometeu tributar os ricos, reformular o “modelo neoliberal fracassado” do país e considerar se deve ou não romper sua aliança com Taiwan.

Uma vitória de Castro faria dela a primeira mulher presidente do país e encerraria 12 anos de governo conservador do Partido Nacional, que tem sido atormentado por escândalos que o vinculam ao crime organizado e ao tráfico de cocaína. Seus apoiadores dançaram e agitaram bandeiras vermelhas do lado de fora da sede de seu partido Libre, na capital Tegucigalpa, cantando: “Eles estão indo, eles estão indo, agora eles estão indo.”

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Embora a autoridade eleitoral não tenha declarado o vencedor, Castro fez um discurso de vitória para seus exultantes apoiadores.

“Acabar com o tráfico de drogas e o crime organizado”, disse Castro. “Chega de pobreza e angústia em Honduras”.

O crime, a pobreza e os desastres naturais fizeram do país centro-americano uma das principais fontes de migração para a fronteira sul dos Estados Unidos, que se tornou uma das maiores crises enfrentadas pelo governo do presidente Joe Biden. Um recorde de 321.000 hondurenhos foram detidos nos EUA no ano fiscal de 2021, encerrado em setembro, um aumento de 22% em relação ao mesmo período do ano anterior.

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“Precisamos de um governo que se preocupe com a educação e com a criação de oportunidades de trabalho no país para todos, não apenas para seus amigos no poder”, disse Yosselin Mejia, professor de 26 anos, que votou em Castro.

Honduras é um dos 15 países que ainda mantém relações diplomáticas oficiais plenas com Taiwan, e não com a República Popular da China. Castro disse que considerará transferir esse vínculo para Pequim, se ganhar as eleições.

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