Cenários: Redução de estímulos obscurece perspectiva para emergentes

Ações e títulos em moeda local emergente podem fechar 2021 com a primeira perda anual em três anos

Ações e títulos em moeda local de mercados emergentes podem fechar 2021 com a primeira perda anual em três anos
Por Netty Idayu Ismail
24 de Novembro, 2021 | 12:08 PM

Bloomberg — Mais investidores apostam em perdas para mercados emergentes e veem os passos para reduzir o estímulo monetário nos EUA e em outras economias desenvolvidas como a maior ameaça aos ativos de risco, segundo pesquisa do HSBC.

Cerca de 27% dos investidores entrevistados pelo banco de Londres estão “pessimistas” em relação aos mercados emergentes nos próximos três meses em comparação com 9% em julho. A proporção “otimista” caiu de 40% para 27%, de acordo com o HSBC.

Apostas crescentes de que o Federal Reserve pode acelerar o ritmo de redução do estímulo monetário da pandemia para controlar a inflação aumentaram a pressão sobre mercados emergentes neste mês. Mais de 80% dos investidores veem a redução do estímulo do Fed como “ligeiramente negativa” ou “negativa” para ativos de países em desenvolvimento, disse o HSBC.

“A economia global tem enfrentado uma série de choques negativos do lado da oferta que têm causado riscos de baixa para o crescimento e riscos de alta para a inflação”, disse Murat Ulgen, chefe global de pesquisa de mercados emergentes do HSBC em Londres.

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O banco destaca em relatório que os emergentes são muito mais suscetíveis a esses choques, portanto, seus mercados financeiros tiveram um desempenho significativamente inferior ao de países desenvolvidos, “e parece que esse cenário ‘estagflacionário’ ainda mantém os investidores de mercados emergentes à distância.”

Ações e títulos em moeda local de mercados emergentes podem fechar 2021 com a primeira perda anual em três anos, enquanto as moedas estão perto de apagar os ganhos do ano. Enquanto isso, o dólar se fortalece e as bolsas dos EUA avançam para níveis recordes.

O HSBC realizou a pesquisa entre 28 de setembro e 17 de novembro, quando os preços mais altos da energia, novas ondas de Covid e inflação crescente aumentaram as preocupações com o crescimento global. Para seu relatório, o HSBC entrevistou 120 investidores de 115 instituições que administram US$ 572 bilhões em ativos de mercados emergentes.

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