Black Friday: 5 medidas para não cair em golpes usando Pix

Método de pagamento do BC completa 1 ano de lançamento no mês de novembro e deve ser bastante utilizado por clientes na data

Clientes devem desconfiar de links enviados por redes sociais por pessoas que você não conhece oferecendo promoções e descontos
22 de Novembro, 2021 | 07:08 PM

Bloomberg Línea — No mês de novembro, o sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central, Pix, completa 1 ano de atividade no país. Segundo a autarquia, o número de usuários desde o lançamento disparou de 13,7 milhões para 101,3 milhões em setembro, uma alta de 639%.

Com esses números, é esperado que muitos clientes optem pelo método para as compras da Black Friday, que acontece nesta semana e já está sendo chamada de “Black Friday do Pix” pelos comerciantes.

De acordo com uma pesquisa encomendada pela empresa de tecnologia Méliuz (CASH3), o Pix é o terceiro meio de pagamento na intenção de uso durante o evento, com 11,5% dos entrevistados afirmando que irão utilizá-lo.

Veja mais: BC registra recorde de 40 milhões de transações por Pix antes do Dia dos Pais

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Por ser uma plataforma relativamente nova, ela ainda desperta dúvidas e insegurança em muitos usuários, principalmente em ocasiões como a Black Friday. No ano passado, a taxa de tentativa de fraudes no comércio eletrônico na data foi de 1,36%, o que correspondeu a 2,72% do faturamento do evento.

Para se precaver, veja 5 medidas simples que podem te afastar de ciladas:

1) A desconfiança é sua amiga

Lembra daquele conselho que as mães dizem quando somos crianças de que não é bom falar com estranhos pela rua? Mais ou menos a mesma coisa vale para a internet.

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Preste muita atenção nos sites que vocês está acessando. Desconfie de links enviados por redes sociais por pessoas que você não conhece oferecendo promoções e descontos. Sempre confira a reputação do vendedor em plataformas oficiais como o Consumidor.gov.br e outras como o ReclameAQUI.

“Uma das formas mais utilizadas pelos golpistas, atualmente, é o chamado phishing, ou pescaria digital”, alerta Andrew Martines, CEO da HackerSec, empresa de cibersegurança. “Através de links que levam a uma página falsa na internet, comumente muito parecida com a de uma loja conhecida ou até mesmo um banco, criminosos roubam senhas e dados pessoais dos consumidores para realização de compras e transferências eletrônicas”, explica.

2) Comprou ali, pague ali também!

Quando estiver fazendo uma compra numa plataforma online, é fundamental que a compra seja feita e finalizada no mesmo lugar. Se o vendedor pedir para finalizar a transação em outro lugar ou para transferir o dinheiro, fique atento e desconfie! Isso garante o ressarcimento caso a encomenda não chegue.

3) Limites, limites

Às vezes, o consumidor se anima diante de tantas promoções e sai gastando a rodo. Mas é importante saber a hora de dar uma segurada.

Não existe um limite fechado do valor de transferências por Pix determinado pelo BC. Esse tipo de regra é estipulada por cada banco para seus clientes. Entretanto, um limite alto pode ser bastante perigoso, mesmo quando há intenção de fazer alguma transação de alto valor.

“Se o valor que precisa transferir for mais alto que o seu limite, negocie para fazer duas transferências. Esses cuidados vão te ajudar a evitar prejuízos financeiros”, diz Alberto André, CEO do Plusdin, fintech e portal de produtos e serviços financeiros.

4) Internet? Só a sua!

Todo mundo gosta de economizar no pacote de dados móveis usando redes públicas, mas esse definitivamente não é o melhor momento para fazer isso. Utilizando uma rede de Wi-Fi coletiva você se expõe de um jeito extremamente perigoso, principalmente quando faz transações bancárias.

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“O ideal é usar o aplicativo do banco com o próprio pacote de dados ou uma rede de wifi de uso privado”, recomenda Eduardo Tardelli, CEO da upLexis, empresa especializada em mineração de dados.

5) Fique de olho nos QR Codes

Os QR Codes facilitam a vida de muitas pessoas, mas é fundamental prestar muita atenção na hora de utilizá-los para compras. Certifique que o valor está correto, assim como o destino do pagamento antes de concluir a operação. Para que você tenha ideia, alguns fraudadores aumentam o valor ou usam o QR Code para direcionar o consumidor para uma conta falsa.

Mas se o medo do Pix continuar...

Mesmo com as dicas, algumas pessoas talvez sigam relutantes ao Pix. Nesses casos, vale reconsiderar o uso, afinal, não é porque todo mundo usa que você precisa usar também, como dizem as mães.

Se o consumidor quiser uma confirmação de pagamento instantânea para que o produto seja enviado mais rápido e não queira usar o Pix, o cartão de crédito continua sendo uma boa alternativa, principalmente para quem compra parcelado. Caso não queira comprometer o limite de crédito, o velho boleto ainda é uma ótima opção

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“Existem opções no mercado que oferecem pagamento de boleto com confirmação acelerada, como o Boleto Flash, o deixa a experiência do consumidor ainda melhor”, diz Ralf Germer, CEO da PagBrasil.

Deu erro?

Serviços eletrônicos estão sujeitos a erros e com o Pix não seria diferente. Ao fazer compras e perceber que houve algum erro na transferência, o melhor a se fazer é entrar em contato com seu Banco ou com o recebedor para tentar um estorno da quantia.

Além disso, no último dia 16, o Banco Central anunciou a criação do Mecanismo Especial de Devolução, que facilita o ressarcimento caso o usuário tenha sido vítima de fraude com o Pix. Como a ferramenta ainda é bastante nova, seu funcionamento na prática precisa ser avaliado, mas não deixa de ser um bom caminho.

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Igor Sodré

Jornalista com formação pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, com experiência na cobertura de cultura e economia, tendo como foco mercado financeiro e companhias. Passou pela Bloomberg News e TradersClub.