Direto de Glasgow, CEO da Klabin vê avanço no mercado de carbono

Para Cristiano Teixeira, existe disposição de todas as lideranças de se chegar a um consenso para viabilizar a descarbonização tanto dos países quanto das empresas

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Bloomberg Línea — Um dos pontos mais controversos da COP26, o funcionamento do mercado de créditos de carbono pode ter avanços significativos na conferência do clima da ONU que se encerra neste final de semana. A avaliação é do presidente-executivo da Klabin, Cristiano Teixeira, que faz parte da delegação brasileira em Glasgow.

Para Teixeira, apesar das diferenças entre os países na questão, existe uma disposição de todas as lideranças de se chegar a um consenso para viabilizar a descarbonização tanto dos países quanto das empresas. Ele considera normal os impasses até agora, enquanto as negociações estavam no campo técnico, mas acredita que “no degrau político” é que serão acertados os avanços.

Em jogo está o chamado artigo 6 do Acordo de Paris, que trata do mercado de carbono e prevê o “comércio de direitos para poluir”, como afirmam alguns ativistas, em que empresas e países mais verdes podem vender os tais crédito de carbono para ajudar os que mais poluem a neutralizar suas emissões. Há ainda a discussão sobre o destino de recursos para os países com mais dificuldade de fazer a transição para o baixo carbono.

“O artigo 6, que é de grande interesse do Brasil, a gente percebe que está caminhando para um entendimento. Eu cheguei aqui, 15 dias atrás, com a visão de 50% de chance de ter ou não ter. Diria que hoje é maior do que isso a chance de ter o mercado de carbono”, disse disse em entrevista à Bloomberg Línea.

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Direto de Glasgow, Cristiano Teixeira relatou o clima entre os participantes e as expectativas da diplomacia e do empresariado para a conclusão das negociações da conferência do clima das Nações Unidas. Teixeira é representante brasileiro do Business Leaders, grupo criado para engajar o setor produtivo nas metas de redução de carbono, e embaixador do Pacto Global da ONU para iniciativa climática.

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“Por mais cético que a pessoa possa ser, existe um reconhecimento do efeito dessa nova realidade climática e que se não houver uma tarefa combinada isso pode piorar a situação, que já é muito difícil. O ambiente aqui é de trazer a importância e a relevância do tema”, completou.

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