Por que emergentes como o Brasil terão dificuldade em controlar inflação

Pressão vem com déficits fiscais maiores, economias ainda se recuperando da Covid e problemas salariais em meio à falta de mão de obra

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Bloomberg — Apesar de várias autoridades da Europa Central e Oriental terem iniciado ciclos de aperto monetário, as medidas ainda não surtiram efeito, pelo menos se os juros reais servirem de referência. Isso pode pesar sobre as moedas da região à medida que os países desenvolvidos começarem a normalizar a política monetária.

Na República Tcheca e Romênia, os preços subiram acima das expectativas de economistas em outubro, segundo dados divulgados na quarta-feira, o que empurrou as taxas reais ainda mais em território negativo. E não são os únicos países na região com juros reais abaixo de zero.

Essas taxas reais negativas mostram que os bancos centrais podem ter que apertar ainda mais a política monetária para causar um impacto sobre a inflação. Mas normalizar a política não será fácil. Os déficits fiscais têm aumentado na região, as economias ainda se recuperam do golpe da Covid e as pressões salariais crescem em meio à falta de mão de obra.

Ver mais: Inflação nos EUA avança mais que o esperado em outubro

Com eleições na Hungria e, posteriormente, na Polônia, a disciplina fiscal se torna menos apetitosa. Além disso, os enormes estímulos injetados na economia da União Europeia completam a receita para uma inflação alta e sustentada.

Outros mercados emergentes também enviam sinais de perigo. Os preços ao consumidor e para produtores da China superaram as expectativas de analistas em outubro, enquanto no Brasil o IPCA também subiu acima do esperado.

Investidores têm se concentrado na inflação de mercados desenvolvidos, mas devem se precaver para não perder de vista as pressões de preços não tão transitórias em mercados emergentes.

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