Revolução dos veículos elétricos vai beneficiar Cuba, diz CEO da Sherritt

Empresa de Toronto quer aumentar a produção de sua joint venture Moa em Cuba entre 15% e 20% para atender demanda crescente

Leon Binedell: “Perseguir essencialmente o menor risco e a oportunidade de menor capital para a Sherritt é uma forma significativa de aumentar os fluxos de caixa e buscar o crescimento”(Fonte: Sherritt)
Por Stephen Wicary e James Attwood
05 de Novembro, 2021 | 02:06 PM

Bloomberg — O novo diretor-presidente da Sherritt International vê a revolução dos veículos elétricos chegando até Cuba, por isso a mineradora canadense planeja aumentar a produção de níquel e cobalto para baterias.

Em seu primeiro grande passo sob o comando do CEO Leon Binedell, a empresa de Toronto quer aumentar a produção de sua joint venture Moa em Cuba entre 15% e 20% em relação às 34.876 toneladas produzidas no ano passado.

“Perseguir essencialmente o menor risco e a oportunidade de menor capital para a Sherritt é uma forma significativa de aumentar os fluxos de caixa e buscar o crescimento”, disse Binedell em entrevista.

O plano envolve a extensão da vida útil da mina existente além de 2040 e foi pensado para atender à forte demanda esperada por metais usados em baterias recarregáveis, à medida que o mundo se afasta dos combustíveis fósseis.

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Também significa um ponto de inflexão para a Sherritt, que reestruturou a dívida no ano passado, após sair de um projeto custoso em Madagascar. Os próximos pagamentos da empresa vencem em cinco anos, quando Binedell espera ter concluído a expansão.

“Há uma medida de velocidade necessária”, disse Binedell na quinta-feira por telefone. “A intenção é obter todos os benefícios da produção e da expansão existentes antes do vencimento de nossas dívidas.”

Risco político

Embora as perspectivas de demanda por metais sejam boas, há desafios em processar minérios mais complexos encontrados na ilha, onde as empresas também precisam enfrentar o embargo comercial dos Estados Unidos e trabalhar com um governo carente de moeda estrangeira.

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O antecessor de Binedell, que deixou o cargo em junho, esperava que a eleição de Joe Biden aliviasse a tensão política entre EUA e Cuba, o que levou a Sherritt à beira do colapso sob o governo Donald Trump. Mas os laços continuam tensos, especialmente depois que o governo de Havana reprimiu ainda mais os dissidentes em resposta ao raros protestos no início deste ano. A economia de Cuba também sofre com a pandemia, que paralisou o vital setor de turismo.

“Os impactos da Covid juntamente com as sanções dos EUA criaram muita pressão sobre o governo”, disse Binedell, acrescentando que a Sherritt e a liderança cubana encontraram um “grande alinhamento” no plano de expansão de Moa.

A Sherritt espera fornecer uma atualização sobre o projeto no próximo trimestre, conforme a mineradora trabalha com parceiros cubanos para finalizar cronogramas, estimativas de capital e alternativas de financiamento. A fundação de uma das novas instalações foi lançada como parte de um plano de expansão anteriormente engavetado, o que ajudará a manter os custos de construção baixos.

“É mais uma questão de fazer pedidos de equipamentos e instalá-los”, disse Binedell.

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