Blockchain ganha espaço nas plataformas de marketplace

Descentralização oferecida pela tecnologia reduz custos dos estabelecimentos, leva transparência às transações e se torna ferramenta competitiva

Blockchain ganha espaço nas plataformas de marketplace
Tempo de leitura: 2 minutos

Por Matheus Mans para Mercado Bitcoin

São Paulo – As plataformas de marketplace, que funcionam como um shopping virtual abrigando no mesmo ambiente online empresas de vários segmentos, têm descoberto cada vez mais o blockchain, a tecnologia que deverá transformar o setor ao agregar às transações mais transparência e segurança.

Como uma rede descentralizada, o blockchain vem, nos últimos anos, se alinhando à realidade do varejo no que diz respeito especialmente à preocupação em ser transparente com seus consumidores na oferta de bens e serviços. O que o blockchain muda ao ser incorporado pelos marketplaces diz respeito justamente à maior clareza das informações.

Em um ambiente de vendas descentralizado, que dispensa intermediários, o consumidor terá acesso a informações sobre produtos e serviços, de forma independente, como procedência ou confiabilidade, por exemplo.

Ao conectar vendedor e consumidor diretamente, o blockchain também leva vantagens às companhias, que terão na descentralização a oportunidade de criar sistemas de pagamento digital, sem a necessidade de terceiros. Vendas hoje feitas usando como ponte empresas de tecnologia do setor de comércio eletrônico, como a Mercado Livre ou o Facebook, entre outras, poderão dar lugar às vendas diretas.

Ou seja, a tecnologia blockchain permite que varejistas saiam da dependência dos mercados fechados e atuem em mercados abertos. Um mesmo produto, por exemplo, vendido no site de uma empresa de tecnologia tradicional tende a ser comercializado em vários marketplaces que poderão estar integrados.

“A forma de fazer negócio não muda já que os vendedores vão continuar oferecendo produtos e serviços e as pessoas vão seguir procurando. No entanto, os marketplaces terão de mudar a maneira de funcionar”, diz Tatiana Revoredo, professora do Insper e especialista em blockchain pelo Massachusetts Institute of Technology. “Os modelos de negócio como vemos hoje não serão mais centralizados”, completa.

Exemplos & Desafios

Um exemplo de marketplace baseado na tecnologia blockchain no Brasil é a tropix, plataforma de obras de arte digitais que também é um cartório de registro de NFTs. O marketplace de tokens não fungíveis tem uma parceria com o Mercado Bitcoin, maior corretora de criptomoedas da América Latina, que oferece aos clientes NFTs gerados a partir das criações artísticas abrigadas na tropix.

Fora do Brasil não faltam exemplos do novo modelo de marketplace. Caso do OpenBazaar, que permite a consumidores comprar produtos de maneira descentralizada, usando criptomoedas. Não há intermediários. O negócio é fechado entre as partes interessadas em comprar e em vender e a plataforma ainda fica isenta do pagamento de taxas a terceiros pela transação. Tudo é feito sem custo adicional.

Para Vinícius Chagas, analista educacional pleno da Blockchain Academy, há desafios nessa nova arquitetura de marketplace que precisam ser vencidos: a integração de sistemas antigos com blockchain; a fatia do mercado que espera por maior regulação governamental das relações que ocorrerão via blockchain; e dificuldade de entendimento e de desenvolvimento de aplicações.

“Se já faltam desenvolvedores para aplicações Web, o cenário é muito mais desafiador quando falamos em encontrar desenvolvedores que saibam trabalhar com blockchain”, complementa o analista. Outro desafio, para Chagas, diz respeito ao entendimento dos estabelecimentos sobre o uso do blockchain como infraestrutura, sua funcionalidade.

Mas a professora do Insper é categórica ao afirmar que a ida dos marketplaces para a tecnologia blockchain é um caminho sem volta. “É inevitável”, diz Tatiana. “Pode atrasar devido a fatores culturais ou a legislações. Mas, da mesma maneira que teremos países que terão legislações protetivas, teremos locais, como a cidade de Singapura, no sudeste da Ásia, que já usam o blockchain como vantagem competitiva”.

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