Facebook tem forte crescimento mas alerta para riscos do quarto trimestre

Mesmo com avanço robusto, empresa tem previsão morna para vendas do período atual, citando como desafios as novas restrições da Apple e incertezas sobre o pós pandemia

Receita da companhia subiu 35%, para US$ 29 bilhões, valor próximo da estimativa média de US$ 29,5 bilhões, de acordo com dados compilados pela Bloomberg
Por Naomi Nix - Kurt Wagner
25 de Outubro, 2021 | 07:01 PM

Bloomberg — A maior empresa de mídia social do mundo teve um forte crescimento de receita no terceiro trimestre, mas tem uma previsão morna para as vendas do atual semestre, citando ventos contrários persistentes das restrições da Apple na coleta de dados do consumidor e incertezas relacionadas a recuperação econômica no pós pandemia.

A receita subiu 35%, para US$ 29 bilhões, valor próximo da estimativa média de US$ 29,5 bilhões, de acordo com dados compilados pela Bloomberg. Os usuários ativos mensais do principal aplicativo do Facebook subiram para 2,91 bilhões, disse a companhia na segunda-feira em um comunicado, enquanto analistas previam 2,92 bilhões. As vendas do quarto trimestre serão de US$ 31,5 bilhões a US$ 34 bilhões, valor menor que o da estimativa média de US$ 34,8 bilhões.

O Facebook se beneficiou no ano passado com as restrições impostas pela Covid-19, já que as pessoas estavam usando as várias redes da empresa para se conectar com seus familiares e desfrutar do entretenimento digital. Com as pessoas passando mais tempo online, os anunciantes direcionaram mais de seus orçamentos para o Facebook e outros aplicativos de mídia social para alcançar os clientes. Para ajudar a sustentar esse impulso, o Facebook tem investido em novas maneiras das empresas se comunicarem e venderem produtos diretamente aos clientes.

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Ainda assim, após alertar por vários trimestres que os negócios seriam afetados pela atualização de software da Apple, a rede social pode estar sentindo agora o impacto dessa mudança, que dá aos usuários mais controle sobre como sua atividade online é rastreada - uma ferramenta que o Facebook usa para direcionar anúncios para grupos precisos.

A empresa também está lutando contra a desaceleração global nos embarques de peças e bens de consumo, que está fazendo com que anunciantes reduzam alguns gastos antes da temporada de férias, para evitar a promoção de mercadorias que podem não ser capazes de entregar. A companhia rival, a Snap Inc., dona do Snapchat, alertou os investidores na semana passada sobre os problemas da cadeia de suprimentos prejudicando seus próprios negócios durante o trimestre de dezembro, levando a preocupações sobre outras empresas que dependem da publicidade digital para a maior parte de suas receitas.

O lucro líquido no terceiro trimestre subiu para US$ 9,19 bilhões, ou US$ 3,22 por ação, em comparação com os US$ 3,17 projetados por analistas. No período do ano anterior, o lucro foi de US$ 7,85 bilhões, ou US$ 2,71 por ação.

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O Facebook informou que comprou de volta US$ 14,4 bilhões em ações no terceiro trimestre e aumentou sua autorização de recompra em US$ 50 bilhões. As ações da empresa, que subiram 1,3% para US$ 328,69 no fechamento em Nova York, subiram cerca de 3,8% no pregão estendido. O estoque está em alta de 20% no ano.

A empresa também anunciou na segunda-feira que começará a divulgar resultados financeiros para o Facebook Reality Labs, que inclui a divisão de hardware Oculus, no próximo trimestre. A mudança permitirá que o Facebook separe seu principal negócio de publicidade digital de seus principais investimentos na criação de mundos virtuais e permitirá que os investidores vejam os custos e receitas associados a esses esforços. A empresa terá uma redução de US$ 10 bilhões no lucro operacional este ano para investimentos no Facebook Reality Labs, de acordo com o comunicado.