Guedes comete lapso com Esteves e diz que ala política procurou BTG para substituí-lo

“Teve uma ala política que andou indo lá no André Esteves, do BTG, perguntando ‘se o Paulo Guedes sair, quem é que a gente pode botar lá?’”, disse o ministro

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Bloomberg Línea — Ao lado do presidente da República, o ministro da Economia, Paulo Guedes, cometeu um lapso ao anunciar o substituto de Bruno Funchal na Secretaria Especial de Tesouro e Orçamento. Sem querer, Guedes trocou o nome do economista Esteves Colnago por André Esteves, dono do banco BTG Pactual.

“O que posso dizer é que estou nomeando alguém bastante sênior, com muita formação, muita experiência para o lugar do antigo secretário especial, nós chamamos agora de Tesouro e Orçamento, que era o Funchal. Sai o Funchal e entra o André Esteves”, disse, arrancando risos na sala onde fazia o pronunciamento ao lado de Jair Bolsonaro.

Guedes prosseguiu na confusão até se corrigir: “O André Colnago. André Colnago. É porque é André Esteves Colnago. Ele é Esteves Conago. Ele não tem o André, né?”.

As risadas pararam na sequência porque o ministro explicou o ato falho, acusando integrantes da “ala política” do próprio governo de terem procurado o maior sócio do BTG para viabilizar um substituto para sucedê-lo. Ele não revelou quem teria procurado Esteves.

“Vou dizer porque é um ato falho. Andaram levando o nome para o André Esteves, levando sugestões. Teve uma ala política que andou indo lá no André Esteves, do BTG, perguntando ‘se o Paulo Guedes sair, quem é que a gente pode botar lá? Dá pra emprestar o Mansueto?’ Então umas coisas desse tipo. Por ato falho aqui falei no André Esteves”, disse Guedes.

Economista-chefe do BTG Pactual, Mansueto Almeida foi secretário de Acompanhamento Econômico e, depois, Tesouro Nacional nas gestões dos ministros Henrique Meirelles (governo Temer) e de Paulo Guedes. Em 2020, ele deixou o governo para ir para a iniciativa privada.

“Sei que o presidente não pediu isso [para que encontrassem substitutos para o ministro], porque acredito que ele confia em mim e eu confio nele. Mas sei que muita gente da ala política andou oferecendo nome e fazendo pescaria, inclusive lá.”

Logo depois, ao responder perguntas dos jornalistas, Guedes negou que tenha em algum momento pedido demissão a Bolsonaro por causa do lançamento do Auxílio Brasil com parte da despesa fora do teto de gastos. Mesmo com a insistência dos repórteres, o ministro recusou-se a revelar o nome de quem procurou o dono do BTG Pactual.

Procurado, o BTG Pactual não quis comentar o caso.