Opinión - Bloomberg

A Electronic Arts precisava da FIFA em 1993. Hoje não mais

Acordo que começou em 1993 e permitiu que a fabricante do jogo usasse a marca FIFA em seus títulos de videogame de futebol deve expirar no próximo ano

Electronic Arts parece estar preparando as bases para um futuro sem a FIFA
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Bloomberg Opinion — A Electronic Arts (EA) está considerando o inimaginável: abandonar o nome FIFA da franquia de videogame de futebol da empresa, de bilhões de dólares. Dadas as demandas excessivas do órgão regulador do futebol mundial, encerrar a parceria pode ser prudente.

Na quarta-feira (13), o New York Times informou que a FIFA estava tentando mais do que dobrar os atuais US$ 150 milhões por ano de taxa de licenciamento que recebe da Electronic Arts. O acordo entre as duas partes, que começou em 1993 e permitiu que a fabricante do jogo usasse a marca FIFA em seus títulos de videogame de futebol deve expirar no próximo ano.

A desenvolvedora parece estar preparando as bases para um futuro sem a FIFA. Em uma postagem de seu blog na semana passada, a EA disse a seus clientes que estava considerando renomear seu jogo de futebol. Embora essa possa ser uma tática de negociação, a EA já está fazendo movimentos concretos. A postagem do blog fez questão de destacar que o videogame de futebol possui acordos que permitem a utilização de nomes de milhares de atletas e centenas de times.

Em outras palavras, a EA estaria bem sem a marca FIFA. Embora alguns possam argumentar que manter o nome esportivo mais famoso do mundo vale qualquer preço imposto pela FIFA para atrair consumidores não fidelizados, eu discordo. Desde que o futuro título do jogo de futebol da EA mantenha os nomes dos jogadores e times favoritos dos fãs, os gamers não serão prejudicados pela substituição do nome do jogo em si.

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Não faz sentido, financeiramente, para a EA dobrar o que paga à FIFA. Um adicional de US$ 150 milhões seria comprometer uma parte significativa dos ganhos da empresa, totalizando cerca de 18% de seu lucro líquido para o ano fiscal encerrado em março. Portanto, é uma manobra inteligente por parte da EA mostrar seus pontos fortes.

Na verdade, a posição de mercado da EA nunca esteve tão forte como agora. No último trimestre relatado, a empresa informou que mais de 31 milhões de jogadores usaram o FIFA 21 desde o lançamento do jogo, no ano passado. A popularidade do jogo gerou uma receita robusta. Clay Griffin, analista de jogos da Nathanson, estima que o modo de jogo FIFA Ultimate Team da EA, em que os jogadores compram pacotes de cartas para criar suas equipes virtuais, gere cerca de US$ 1,6 bilhão para a empresa anualmente.

Francamente, a FIFA não tem alternativa forte. O único outro fabricante de jogos de futebol significativo é o eFootball, da Konami, anteriormente conhecido como Pro Evolution Soccer. Mas estão em um momento difícil: os críticos foram bem duros quanto ao último lançamento do jogo, que provavelmente gerará vendas insignificantes no futuro. Se a FIFA buscasse uma nova desenvolvedora e criasse um jogo do zero, levaria anos para desenvolver um rival à altura para competir com a Electronic Arts.

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Em última análise, a EA não precisa mais do nome FIFA. Ao contrário de três décadas atrás, a desenvolvedora de vídeo games tem todas as cartas na mão.

Tae Kim é colunista da Bloomberg Opinion e escreve sobre tecnologia. Ele já desempenhou esta função na Barron’s, depois de uma breve carreira como analista de mercado.

Os editoriais são escritos pela diretoria editorial da Bloomberg Opinion

Esta coluna não reflete necessariamente a opinião do conselho editorial ou da Bloomberg LP e de seus proprietários.

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