Associação pede fim de financiamento público ao desmatamento

Instituto Escolhas afirma que é possível zerar o desmatamento sem impacto à economia investindo na expansão da produção em áreas já abertas para pasto, que hoje são subutilizadas

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13 de Outubro, 2021 | 06:51 PM

O Instituto Escolhas, associação voltada ao desenvolvimento sustentável, decidiu fazer um apelo às autoridades brasileiras para inviabilizarem o financiamento com recursos públicos ao desmatamento por meio da pecuária. A proposta é que os financiamentos públicos sejam direcionados apenas para os produtores que produzem sem desmatar.

Segundo a associação, é possível zerar o desmatamento sem qualquer impacto na economia investindo na expansão da produção usando as áreas já abertas para pasto, que hoje são subutilizadas.

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Um estudo do Escolhas sustenta que na Amazônia, que sofre pressão em razão da expansão da fronteira agrícola devido à conversão de floresta nativa em pasto, o valor das emissões de CO2e é de 782 kg de CO2e/kg de carne em Roraima e de 713 kg no Amazonas. No restante do país, onde não tem desmatamento nessas proporções, a pegada é de 23 kg.

O instituto afirma que os subsídios à pecuária somam R$ 12,3 bilhões por ano - 79% dos R$ 15,1 bilhões arrecadados anualmente em impostos pela cadeia de carne bovina. “É uma cadeia altamente subsidiada e com alto impacto ambiental. Se houve um país chamado Pecuária Brasil, com um rebanho que chega a 218,2 milhões de cabeças de gado, seria a 20º maior emissor de gases de efeito estufa do mundo, do tamanho da Inglaterra”, disse Sérgio Leitão, diretor-executivo do Instituto Escolhas e ex-Greenpeace.

Para Leitão, se a ministra da Agricultura, Teresa Cristina, afirma que o Brasil não depende da Amazônia para produzir e que não precisa desmatar para comer, então não faz sentido financiar o desmatamento com dinheiro público. “É só perguntar ao produtor se ele vai usar o dinheiro para derrubar mata, mesmo que tenha o direito de fazer isso; se ele for usar para produzir numa área já desmatada, não tem problema”, disse.

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