Bitcoin avança cada vez mais como meio de pagamento

Nova funcionalidade lançada pela rede social Twitter sinaliza que a opção pelas criptomoedas deve ir além dos investimentos entre as pessoas físicas

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Por Matheus Mans para Mercado Bitcoin

São Paulo – O anúncio feito, no final de setembro, pelo Twitter, de que passaria a permitir o uso do bitcoin nas transferências de recursos entre usuários da rede social, foi mais um movimento em prol da inclusão da criptomoeda no cotidiano das pessoas. Com a iniciativa, a ideia é que as criptomoedas, dentro do ambiente de microblogs, possam ser utilizadas como moeda oficial em “gorjetas”, apoiando e ainda financiando o trabalho de criadores de conteúdo na plataforma.

A decisão do Twitter pela circulação do bitcoin em seu ambiente também ressaltou a posição “sem fronteiras” das criptomoedas ao afirmar que “o bitcoin opera sem barreiras globais” e que as novas ações do aplicativo nesse sentido colocarão a rede social no terreno “das novidades descentralizadas em evolução”. O pagamento via bitcoin ficou disponível globalmente no Twitter via iOS, desde o final de setembro.

Ainda que não tenha sido a primeira empresa de tecnologia a adotar o bitcoin como moeda corrente, o movimento do Twitter ajuda a aproximar esse meio de pagamento dos usuários que não querem ter os criptoativos apenas como investimento. Agora, a expectativa é de que “milhões de usuários”, dentro do universo de 320 milhões que acessam a rede, passem a usar o bitcoin.

Desafios do bitcoin

Essa movimentação que permite o uso de criptomoedas no dia a dia, ainda que limitadas ao ambiente virtual neste momento, chama a atenção. Isso porque, mesmo que o bitcoin tenha sido pensado também como um meio de pagamento, algumas barreiras mercadológicas, até agora, impedem que a moeda circule rotineiramente.

“O Mercado Bitcoin oferece em sua plataforma uma wallet para receber e enviar mais de 40 criptoativos. O que percebemos é que a utilização com frequência no uso cotidiano ainda é muito baixa e isso se explica pela alta volatilidade dos ativos e pelos altos custos das transações on-chain”, diz Gustavo Chamati, fundador do Mercado Bitcoin.

João Manoel de Lima Junior, coordenador do Núcleo de Estudos Avançados de Regulação do Sistema Financeiro Nacional (NEASF) da FGV Direito Rio, compartilha da visão de Chamati. “Há pouca aceitação no comércio varejista e ainda existem poucos estabelecimentos no mundo (e menos ainda no Brasil) que aceitam bitcoins como meio de pagamento”.

Transformação

Diante desse cenário, surge o questionamento acerca do tempo em que o bitcoin entraria definitivamente no dia a dia como meio de pagamento. “Uma possível vantagem seria a possibilidade de o bitcoin funcionar como uma moeda internacional, já que, em tese, uma pessoa poderia viajar, comprar bitcoins em um país e usá-los como pagamento em outro país”, avalia Lima Júnior. No entanto, tanto ele quanto Chamati entendem que talvez o bitcoin esteja em um primeiro momento abrindo espaço para moedas com menos desafios.

Para o executivo do Mercado Bitcoin, uma evolução necessária do mercado passa pelo aumento da escalabilidade das redes e pela redução dos custos das transações e da alta volatilidade do ativo, que faz com que as pessoas percam o referencial de preço. “Uma das soluções que surgiram nesse contexto são as stablecoins - criptoativos que mantêm seu preço de referência em paridade a uma moeda nacional, como o dólar, por exemplo”, diz Chamati.

Lima Júnior chama a atenção para outro caminho: pagamentos de valores altos ao invés de dinheiro ou formas instantâneas de pagamento. “[Uma possibilidade de cenário] é o bitcoin se consolidar como pagamento para transações de alto valor, onde o tempo de liquidação deixa de ser um problema para as partes”, explica.

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